A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta sexta-feira (8), no Teatro do Cerrado “Zulmira Canavarros”, o 1º Seminário “Cacau-MT Familiar”. A abertura aconteceu pela manhã e o evento continuou no período da tarde com palestras e exposições de agricultores do fruto.
A iniciativa foi do deputado Eduardo Botelho (União) e contou com apoio da equipe de profissionais do Instituto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (IDAF). O evento teve como objetivo disseminar conhecimento sobre a cultura e derivados do fruto, formas de manejo, beneficiamento e sua comercialização, entre outros pontos de discussão.
Na abertura, Botelho falou da importância do seminário e ressaltou que o cacau representa uma significativa fonte de riqueza e renda para diversos estados brasileiros.
“Em Mato Grosso, a produção ainda é incipiente, embora o estado possua um notável potencial, tanto em termos de recursos naturais quanto de mão de obra qualificada, especialmente entre os agricultores familiares. O cacau, portanto, apresenta-se como uma promissora fonte de renda. O valor do cacau no mercado, especialmente para a indústria de chocolates, é elevado”, afirmou o deputado.
O seminário contou com palestras de técnicos dos estados da Bahia, Rondônia e Mato Grosso, explicando sobre o cultivo do fruto, que é a base do chocolate.
“Hoje, estamos desperdiçando essa oportunidade. Nosso objetivo é promover a produção de cacau em Mato Grosso, agregando valor aos pequenos produtores. A agricultura familiar frequentemente depende de pequenas atividades, como a criação de galinhas, porcos e peixes. O cacau pode complementar essa produção, gerando um aumento significativo na renda”, lembrou Botelho.
Foto: GILBERTO LEITE/SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Para o palestrante e produtor de cacau no município de Vera, Isnael Nonato de Souza, é imprescindível estabelecer mecanismos que facilitem a comercialização da produção em pequena escala.
A palestra de Nonato foi direcionada para o consórcio de cultivos de ciclo curto do cacau no estado. Durante sua fala, ele apresentou alternativas de culturas intercaladas com a plantação de cacau, especialmente ao pequeno produtor, para obter renda em curto prazo.
“O cacau é uma cultura de ciclo longo, o que significa que o retorno financeiro demanda um período considerável. Diante disso, o objetivo é apresentar opções para que o produtor consiga arcar com suas despesas correntes, como alimentação e contas de energia, sem depender exclusivamente da colheita do cacau, que pode levar até dois anos para gerar receita”, explicou.
O produtor também citou culturas rentáveis junto com o cacau, como mandioca, banana, mamão e, inclusive, folhosas, como alface.
“As possibilidades são vastas. No entanto, a palestra é focada em mamão, banana e mandioca, devido ao seu rápido retorno financeiro e aos benefícios que proporcionam ao produtor. Este seminário é uma oportunidade de unir esforços e recursos em prol do pequeno produtor e Mato Grosso está de parabéns por promover essa união”, disse ele.
O deputado Júlio Campos (União) afirmou que Mato Grosso precisa buscar novas alternativas de agriculturas e que vê a plantação de cacau como uma das saídas para os pequenos produtores.
“Acredito que nada fixa mais o homem no campo, como o pequeno produtor rural, do que uma política de desenvolvimento como a que estamos iniciando hoje, que visa o estímulo ao cultivo de cacau em Mato Grosso. Atualmente, estado investe nesse cultivo, especialmente nas regiões norte e noroeste. Essas regiões apresentam um clima favorável ao cultivo e esse seminário pode dar um passo importante para fomentar em Mato Grosso a produção do fruto, que já é forte na Bahia e em outros estados brasileiros”, lembrou o deputado.
A produtora de cacau no município de Olímpia (SP), Jaine de Lamajor, foi uma das palestrantes durante o evento. Ela pontuou que o cacau oferece um potencial de crescimento para a agricultura familiar, impulsionado pela alta demanda e escassez da amêndoa no mercado.
“A rentabilidade do cacau é maior que a de outros produtos, como o café. Estudos em São Paulo mostram que o cacau a pleno sol pode ser mais produtivo, mas o sombreamento apresenta desafios de fungos e bactérias. O manejo em cada situação exige cuidados específicos”, falou ela.
Lamajor explicou que é possível reduzir a quantidade de fungos, mas isso aumenta a presença de insetos, exigindo um manejo diferente. “O trato cultural precisa ser bem diferenciado, pois o cacau está sendo muito alavancado na questão comercial, devido à grande falta da amêndoa no mercado, a expansão e a procura estão muito grandes”, complementou.
A comerciante Audiley Santoré, de Tangará da Serra, atua no ramo de chocolates há mais de 20 anos e, atualmente, apoia a agricultura familiar ao utilizar castanha de cumbaru proveniente de um assentamento local.
“O reconhecimento tem sido muito positivo. As pessoas demonstram curiosidade em conhecer a castanha de cumbaru, que ainda não é tão popular quanto a castanha-do-pará ou a de caju. Para divulgar o produto, promovemos degustações e outras ações que ajudem o público a se familiarizar com ele e aceitá-lo no mercado, assim como ocorre com as castanhas tradicionais. A combinação com o cacau é excelente para nós, pois complementa nosso trabalho e aproveita todo o seu processo produtivo”, destacou.
Projeto – Para o diretor do Instituto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar Mato Grosso (IDAF), Mário Beneviz, o seminário visa apoiar o pequeno agricultor.
“O objetivo é introduzir uma cultura que está em ascensão no Brasil e pode gerar alta rentabilidade, beneficiando agricultores que, em alguns casos, sentem-se marginalizados e carentes de culturas que garantam a sustentabilidade no campo. Inicialmente, foi realizada uma análise minuciosa dos recursos financeiros disponíveis, considerando que, embora existam diversas culturas no campo, o valor agregado a elas é frequentemente baixo”, apontou ele.
Segundo Benevides, ao investigar a região que compreende os municípios de Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento e Barão de Melgaço, foi identificado o interesse na cultura do cacau.
“Buscando aprofundar o conhecimento sobre o tema, realizamos uma viagem à Bahia, onde passamos 10 dias dedicados a estudos e pesquisas. Visitamos indústrias de chocolate, fazendas e instituições que trabalham com mudas, a fim de adquirir conhecimento especializado. Com base nessas informações, elaboramos um projeto abrangente com o intuito de consolidar a pequena agricultura, especialmente no Vale do Rio Cuiabá”, relatou.
O diretor do IDAF afirmou que seis municípios já participam do projeto e que serão fornecidas diretrizes para sua estruturação.
“Em seis municípios, trabalharemos com aproximadamente 10 famílias em um projeto piloto. Cada família terá direito a um hectare de cacau, com 1.100 plantas, consorciado com culturas de ciclo curto, como banana, mandioca e mamão. Essa estratégia permite que, enquanto o cacau ainda não produz, as outras culturas gerem renda. Após um ano e sete meses, o cacau inicia a produção, proporcionando rentabilidade em conjunto com as demais culturas”, explicou ele.
Produção em MT – A produção atual do cacau em Mato Grosso está concentrada nas regiões noroeste e norte. O estado possui 12 municípios com produção regular: Colniza, Cotriguaçu, Aripuanã, Novo Mundo, Brasnorte, Juína, Porto Estrela, Paranaíta, Carlinda, Nova Monte Verde, Terra Nova do Norte e Rondolândia. As cidades que mais produzem são Colniza e Cotriguaçu.
Em todo o estado, há aproximadamente 800 hectares de plantação de cacau, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto aponta ainda que na última safra foram produzidas cerca de 430 toneladas.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), voltou a criticar o atraso nas obras do BRT (ônibus de trânsito rápido) em Cuiabá e defendeu que o consórcio responsável seja multado.
Ele afirmou ter conversado pessoalmente o governador Mauro Mendes (União) sobre o problema e disse que o chefe do Executivo demonstrou preocupação com o andamento das obras. (video abaixo)
“Já falei isso [sobre descontentamento] para o governador, pessoalmente: ‘Governador, precisamos alinhar essas obras, elas precisam avançar’”, disse.
“‘Nós estamos avançando bem na BR-163 e no Parque Novo Mato Grosso é isso é muito bom, mas precisamos concluir o BRT e o Portão do Inferno em Chapada dos Guimarães. São duas obras significativas e que o Governo precisa avançar’”, acrescentou Max detalhando a conversa com o governador.
Russi disse que Mendes também cobrou ao secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo de Oliveira, sobre o melhor andamento das obras do BRT.
“Ele também está preocupado. Ligou para o secretário e pediu agilidade nos encaminhamentos”, afirmou.
Desde o ano passado, a obra do novo modal tem causado transtornos aos cuiabanos, especialmente na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA).
O Consócio responsável pela obra é formado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S.A., Heleno & Fonseca Construtécnica S.A. e Cittamobi Desenvolvimento em Tecnologia Ltda.
Em 7 de março, o Governo e o Consórcio chegaram a um acordo para a rescisão do contrato. Segundo este acordo, as empresas têm um prazo de 150 dias, ou seja até agosto, para finalizar o trecho que foi aberto na Avenida do CPA.
Em caso de não cumprimento, seria aplicada uma multa de R$ 54 milhões. O que não aconteceu até o momento.
Acusados de omissão
Para o presidente da Assembleia, o atraso da entrega não pode ser tolerado e exige que o contrato seja cumprido e que providências mais duras, como multa, sejam aplicadas. Para ele, a falta de aplicação pode ser tratada como “omissão” política por parte dos cuiabanos.
“Infelizmente, tem empresas que ganham licitação e não têm capacidade de fazer aquilo que se propõe fazer no prazo que se propõe fazer. Tem que multar! Tem que tomar providência porque se não fizer isso, a população vai achar que a gente é omisso, que a gente está deixando de fazer a nossa parte”, disse.
“Se as empresas não dão conta de fazer, que elas saiam e que empresas melhores assumam essa obra para concluir o mais rápido possível. Nós temos, em Mato Grosso, boas empresas, mas infelizmente tem também aquelas que não conseguem cumprir com a sua obrigação”, completou.
Familiares estão preocupados com a situação e não encontram explicação para o desaparecimento
Forças da Segurança Pública estão investigando o desaparecimento da professora Rosineide da Silva Pereira, 41, vista pela última vez sendo abordada por dois homens de moto na porta de casa, no fim da tarde de quinta-feira (11), em São José do Rio Claro (315 km ao médio-norte de Cuiabá). Ela foi levada pelos suspeitos no próprio carro, um Jeep Compass. Câmeras de segurança mostram o momento da abordagem. O veículo também não foi encontrado.
Reportagem apurou que amigos da professora, concursada no município e dá aula na rede pública, sentiram falta dela, que deixou de responder às mensagens. Eles foram até a casa dela, mas não a encontraram. O carro também não estava.
Porém, na porta da casa estava uma motocicleta com a chave na ignição. Câmeras de segurança registraram o momento que dois homens de moto param na casa da mulher, eles fazem a abordagem e saem no carro da vítima. Ao que tudo indica, até o momento, é que ela foi levada junto com a dupla – ainda não identificada.
Polícia Civil e Militar está mobilizada em busca da professora. Câmeras de segurança instaladas pela cidade estão sendo fiscalizadas para traçar a rota possível do veículo. Dentro da casa, não há sinais de arrombamento, nem mesmo de luta corporal.
A reportagem conversou com a cunhada da professora e narrou que a família está aflita com toda a situação, já que não há motivos para ela ter sido sequestrada. “É uma professora da cidade, não tem inimizades, então, estamos achando tudo isso bem estranho. Estamos mobilizados em busca de informações sobre o paradeiro dela”.
Informações podem ser passadas à polícia pelo 190 ou 187.
Ideia é ampliar o acesso da população às informações e dados sobre as atividades do Parlamento e de seus deputados
Deputados estaduais de Mato Grosso aprovaram por unanimidade em segunda votação, durante sessão ordinária nesta quarta-feira (10), o Projeto de Resolução 764/2025, de autoria da Mesa Diretora, que institui o Prêmio ALMT de Jornalismo no âmbito do Poder Legislativo do Estado.
O artigo 2º do projeto, destaca que o prêmio visa estimular os trabalhos dos jornalistas que fazem a cobertura das atividades legislativas, além de destacar a relevância de suas contribuições para a sociedade mato-grossense, por meio da divulgação de assuntos discutidos em sessões plenárias, comissões permanentes e temporárias e audiências públicas que resultam em leis e outras ações da Casa de Leis.
O parágrafo 2º cita que os “cinco eixos do Prêmio ALMT de Jornalismo são: Telejornalismo, Reportagem em Texto, Radiojornalismo, Fotojornalismo e o Universitário”.
À Secretaria de Comunicação (Secom/ALMT), conforme o artigo 3º do projeto, caberá articular pessoas e instituições públicas e privadas para atuarem de forma coletiva e colaborativa objetivando o estímulo ao desenvolvimento dos trabalhos jornalísticos no âmbito estadual.
O artigo 4º destaca que ainda caberá à Secretaria de Comunicação, sob direção da Presidência da Assembleia, “a governança do Prêmio ALMT de Jornalismo competindo-lhe exercer todos atos que se fizerem necessários para o alcance das políticas públicas estabelecidas nesta Resolução, tais como: instituir colegiados representativos e consultivos temporários ou permanentes com representações do poder público, da academia e/ou do setor privado, instituir parcerias com entidades públicas ou privadas para a promoção da Política de Jornalismo no âmbito estadual e do Prêmio ALMT de Jornalismo”.
O parágrafo único do artigo 4º observa que “a gestão das atividades técnicas e funcionais do Prêmio ALMT de Jornalismo será realizada pela Secom/ALMT por intermédio de uma comissão específica, designada pela Mesa Diretora, responsável pelo exercício das atribuições necessárias para a concretização do prêmio”.
A Secom/ALMT, responsável pelo Prêmio ALMT de Jornalismo, será auxiliada pela Escola do Legislativo e pela Procuradoria-Geral da ALMT.
Será atribuição da Escola do Legislativo a promoção de capacitação para o desenvolvimento de competências dos profissionais e estudantes de comunicação, por meio de parcerias com outras instituições de ensino e empresas atuantes na área de comunicação.
Será atribuição da Procuradoria-Geral da ALMT a prestação de consultoria e assessoria jurídica que se fizerem necessárias para a realização do Prêmio ALMT de Jornalismo.
O projeto de resolução traz ainda, no artigo 7º, que a Secom/ALMT, uma vez autorizada pela Mesa Diretora, promova o evento correspondente ao Prêmio ALMT de Jornalismo, a ser realizado periodicamente, ao menos uma vez por ano, com abrangência a todos os jornalistas do Estado. Cita o parágrafo único que as instituições públicas e privadas poderão apoiar e patrocinar a execução de qualquer uma das técnicas ou categorias inscritas no concurso, sob a forma de concessão de recursos financeiros, autorizações para realizar cursos e workshops, entre outros.
O artigo 8º aponta que o edital do prêmio publicado por meio de ato próprio, que conterá o detalhamento geral do concurso. Em justificativa ao projeto de resolução, a Mesa Diretora declara que o Prêmio ALMT de Jornalismo “é um instrumento de valorização da atividade jornalística e de fortalecimento da relação entre o Parlamento Estadual e a sociedade mato-grossense”.
Conforme a Mesa Diretora, “a proposta parte do reconhecimento de que o jornalismo exerce papel essencial na consolidação da democracia, ao garantir o acesso da população à informação de qualidade, promover o debate público e fiscalizar as ações dos poderes constituídos. No contexto legislativo, essa atuação é ainda mais relevante, pois permite que os cidadãos compreendam os processos de elaboração das leis, acompanhem os trabalhos dos parlamentares e participem ativamente da vida política do Estado”.
Cita ainda a justificativa que “o projeto está alinhado com os princípios constitucionais da publicidade, da eficiência e da participação popular, e representa um avanço significativo na valorização da imprensa regional e na promoção de uma cultura democrática mais sólida e participativa”.
You must be logged in to post a comment Login