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Lei garante apoio psicológico a mulheres que sofreram perda gestacional e perda neonatal

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Mulheres que sofreram perda gestacional ou a perda de um bebê com poucos dias de vida agora têm, por lei, direito a apoio psicológico no estado. Proposta e aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), a Lei nº 12.963/2025 já está em vigor. A norma publicada em 18 de julho, também prevê direitos como não ser submetida a nenhum procedimento ou exame sem que haja livre e informado consentimento para mulheres que sofreram perda gestacional.

De autoria do deputado estadual Thiago Silva (MDB), o texto garante o direito a acompanhamento psicológico às mulheres que sofreram perda gestacional, perda neonatal (morte do bebê nos primeiros 30 dias de vida) e às mulheres que perderam o feto após 20 semanas de gestação (natimorto). Conforme explica o parlamentar na justificativa do projeto que tramitou no Casa de Leis, o objetivo é “de estabelecer procedimentos padronizados e minimizar a dor das mulheres que sofreram perda gestacional, para que ao fim, a lei abarque os fatos omissos quanto ao tema sensível do luto”.

Por determinação da norma, ficam obrigados todas as unidades de saúde, serviços públicos e privados contratados ou conveniados, que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), a observar os protocolos de atenção integral à saúde da mulher, relacionados à humanização do luto materno e encaminhamento para a rede de acolhimento na rede credenciada ao SUS.

Na avaliação da psicóloga perinatal, especializada no acompanhamento de mulheres, casais e famílias durante o período da gravidez, parto e pós-parto, Fabiane Espindola, a iniciativa é de grande importância para o reconhecimento do abalo emocional enfrentado por essas mulheres.

“Esse luto ainda é pouco compreendido e muitas vezes a mulher sente que não tem ‘direito’ de sofrer. É comum que a mulher enfrente sentimentos de tristeza intensa, culpa, vazio, isolamento, ansiedade e, em muitos casos, sintomas de depressão ou transtorno de ansiedade. Essa dor é frequentemente invisibilizada socialmente, o que intensifica o sofrimento. Não se trata apenas da ausência física de um bebê, mas do rompimento de um vínculo, de sonhos, expectativas e da identidade materna que começava a ser construída”, alerta a profissional.

Ela ainda explica que o acompanhamento psicológico diante de perdas perinatais deve ser realizado de forma sensível, acolhedora e não patologizante. “O objetivo principal não é ‘apagar’ a dor, mas oferecer um espaço seguro para que essa mulher possa nomear seus sentimentos, elaborar sua história e reconstruir sentidos diante da perda. Na terapia, estaremos atentos à forma como a como a perda ocorreu, se foi repentina, traumática, se houve violência obstétrica, se há rede de apoio disponível, e atentos à escuta das necessidades reais daquela mulher, quais ferramentas tem para elaboração do luto e quais os impactos na identidade materna e nos vínculos familiares. Esse processo pode acontecer individualmente, em casal ou em grupos terapêuticos, respeitando o momento e a vontade da mulher e da família”, ilustra.

“Então, nós, profissionais da saúde mental, esperamos que essa nova lei fortaleça a escuta sensível, o cuidado psicológico com qualidade e a criação de serviços especializados no luto perinatal e parental dentro da rede pública de saúde. Queremos ver espaços de acolhimento efetivos, capacitação continuada, e acima de tudo, o reconhecimento de que o luto materno merece ser cuidado com a mesma dignidade que qualquer outro processo da vida”, assevera Fabiane Espindola.

O médico ginecologista e obstetra Julio Cesar Filho também defende a importância do acompanhamento psicológico nos casos contemplados pela lei. “Essas mulheres precisam receber um olhar mais humano, serem acolhidas com empatia junto com o parceiro e as famílias que vivem essa intensa dor da perda. É fundamental compreender os sentimentos, desejos e valores de cada paciente e sua família, além dos protocolos, nos quais realizamos as consultas e exames específicos para investigar o motivo dessa perda gestacional. É preciso que o momento desafiador do luto seja acolhido com respeito e dignidade, oferecendo cuidado e suporte nessa fase tão desafiadora”, afirma.

Ele indica que dados oficiais apontam o registro de mais de 172 mil óbitos fetais no Brasil entre 2020 e 2023. Em 2024, o número é de quase 23 mil mortes fetais e quase 20 mil óbitos neonatais. “Os fatores de risco durante a gravidez são muitos, sendo as causas mais comuns alterações uterinas, distúrbios hormonais, alterações no embrião (anormalidades cromossômicas), doença autoimune, infecções, a idade da mulher (risco maior para mulheres maduras), uso de drogas pela mãe, incluindo álcool e cigarro e alterações do espermatozoide”, lista o obstetra Julio Cesar Filho.

“Segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida, o risco de abortamento ocorre em cerca de 15% das gestações em mulheres com menos de 35 anos.  A gestação costuma ser um evento fisiológico, de risco habitual, em cerca de 90% dos casos, mas existem intercorrências como sangramentos, hemorragias, síndromes hipertensivas, infecções, ruptura prematura de membranas, entre outras, que podem levar a uma perda gestacional”, conclui o médico.

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Presidente da Assembleia Max Russi cita preocupação de Mendes com BRT: “É preciso concluir” I MT

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O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), voltou a criticar o atraso nas obras do BRT (ônibus de trânsito rápido) em Cuiabá e defendeu que o consórcio responsável seja multado.

Ele afirmou ter conversado pessoalmente o governador Mauro Mendes (União) sobre o problema e disse que o chefe do Executivo demonstrou preocupação com o andamento das obras. (video abaixo)

“Já falei isso [sobre descontentamento] para o governador, pessoalmente: ‘Governador, precisamos alinhar essas obras, elas precisam avançar’”, disse.

“‘Nós estamos avançando bem na BR-163 e no Parque Novo Mato Grosso é isso é muito bom, mas precisamos concluir o BRT e o Portão do Inferno em Chapada dos Guimarães. São duas obras significativas e que o Governo precisa avançar’”, acrescentou Max detalhando a conversa com o governador.

Russi disse que Mendes também cobrou ao secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo de Oliveira, sobre o melhor andamento das obras do BRT.

“Ele também está preocupado. Ligou para o secretário e pediu agilidade nos encaminhamentos”, afirmou.

Desde o ano passado, a obra do novo modal tem causado transtornos aos cuiabanos, especialmente na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA).

O Consócio responsável pela obra é formado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S.A., Heleno & Fonseca Construtécnica S.A. e Cittamobi Desenvolvimento em Tecnologia Ltda.

Em 7 de março, o Governo e o Consórcio chegaram a um acordo para a rescisão do contrato. Segundo este acordo, as empresas têm um prazo de 150 dias, ou seja até agosto, para finalizar o trecho que foi aberto na Avenida do CPA.

Em caso de não cumprimento, seria aplicada uma multa de R$ 54 milhões. O que não aconteceu até o momento.

 

Acusados de omissão

Para o presidente da Assembleia, o atraso da entrega não pode ser tolerado e exige que o contrato seja cumprido e que providências mais duras, como multa, sejam aplicadas. Para ele, a falta de aplicação pode ser tratada como “omissão” política por parte dos cuiabanos.

“Infelizmente, tem empresas que ganham licitação e não têm capacidade de fazer aquilo que se propõe fazer no prazo que se propõe fazer. Tem que multar! Tem que tomar providência porque se não fizer isso, a população vai achar que a gente é omisso, que a gente está deixando de fazer a nossa parte”, disse.

“Se as empresas não dão conta de fazer, que elas saiam e que empresas melhores assumam essa obra para concluir o mais rápido possível. Nós temos, em Mato Grosso, boas empresas, mas infelizmente tem também aquelas que não conseguem cumprir com a sua obrigação”, completou.

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Max Russi critica acordo de Edna com Governo e diz que petista peca por inexperiência I MT

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O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado estadual Max Russi (PSB), teceu críticas à deputada estadual Edna Sampaio (PT), por sentar com o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), e transformar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigaria os feminicídios no estado, em uma Comissão Temática, para não desagradar o governo. O anúncio do acordo entre a deputada e o governo foi anunciada pelo próprio secretário.

Em entrevista à imprensa, o parlamentar critica a estratégia da deputada por agir com falta de “habilidade e experiência”. Ele explica que se fosse autor do requerimento, não se reuniria com o governo para discutir uma CPI, pois o objetivo de uma investigação é justamente fazer um enfrentamento.

“Eu não participei dessa reunião. Agora, em política, se você faz acordo, você tem que cumprir os acordos. Sinceramente, eu acho que faltou habilidade e experiência dela. Eu, particularmente, se eu proponho uma CPI, eu não vou me reunir com o governo. Eu quero investigar. Agora, se o parlamentar que faz a proposta aceita isso, se reúne, busca isso, fica difícil a presidência da Assembleia fazer qualquer ação”, defendeu Max.

Max ainda criticou a atitude de deputados que assinam o requerimento e depois “recuaram”, por intervenções do governo do estado, temendo que a instauração da CPI, prejudicaria a imagem do Executivo Estadual, por cutucar problemas na Segurança Pública. Para ele, é uma atitude “muito ruim” e só deveria acontecer por um motivo forte.

“A intervenção na Assembleia é ruim, não podemos aceitar isso. Eu, por exemplo, acho muito errado [retirar assinaturas], até evito assinar qualquer encaminhamento sem ter convicção, porque eu vou até o final. Se você assinar e depois recuar, eu acho muito ruim quanto a imagem de parlamentar. Tem que ter um motivo muito forte.”, pontua.

O presidente adianta que o requerimento apresentado pela petista possui falhas técnicas por ser uma proposta que invadia competências. “Além da falta de assinaturas, o embasamento da CPI não está correto. O que ela protocolou na Assembleia, eu encaminhei para a minha procuradoria e veio cheio de falhas. Existem questionamentos que pedem investigação até sobre o governo federal. Isso não é de nossa competência” , emenda.

Russi ainda enfatiza que o enfrentamento da violência contra a mulher não está sendo eficaz no estado e que o debate precisa ser ampliado, com novas ideias e ações. O parlamentar reitera seu apoio a uma CPI, desde que ela tenha as assinaturas necessárias e esteja juridicamente correta.

“É um tema muito sensível, é um tema que, infelizmente, vem avançando muito no nosso Estado. É um tema negativo que prejudica Mato Grosso, prejudica as nossas mulheres e que precisamos fazer um enfrentamento. O enfrentamento, da forma que está sendo feito, a gente está vendo que não está tendo solução. Então, o debate precisa ser ampliado, as ideias precisam ser discutidas, debatidas e procurar proposições, ações, enfim, tudo que puder ser feito nessa direção ainda vai ser pouco. Caso nas próximas semanas tiver as assinaturas, eu não terei dificuldade nenhuma de abrir a CPI, porque eu acho que é um instrumento válido, legítimo e de fácil trabalho por parte da Assembleia Legislativa”, finaliza.

A CPI do feminicídio não foi aprovada na Assembleia Legislativa diante da falta de assinaturas mínimas, que são 8. A comissão foi proposta ainda em 20 de agosto, quando a deputada petista completou uma semana na Casa. No dia, Edna disse que ao menos 9 deputados assinaram o pedido de CPI. Já na segunda-feira (25), a deputada recebeu a informação de que dois pares adentraram no movimento, e posterior, outros dois deputados incrementaram o pedido, saltando para treze assinaturas.

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Presidente Max Russi destaca liderança da Assembleia em fórum de desenvolvimento sustentável em MT

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) assumiu protagonismo na abertura do Fórum Sustentabilidade e Desenvolvimento Econômico, promovido em parceria com o Lide Mato Grosso, nesta quarta-feira (27), em Cuiabá. O evento, realizado no Espaço Reali Buffet Leila Malouf, segue até quinta-feira (28) e reúne ex-presidentes, ex-ministros, governadores, deputados, empresários e especialistas para discutir estratégias que conciliem crescimento econômico e preservação ambiental.

O presidente da ALMT, deputado Max Russi (PSB), ressaltou que Mato Grosso ocupa posição estratégica na produção de alimentos para o Brasil e o mundo, mas que é fundamental avançar em modelos sustentáveis. Segundo ele, o fórum reforça o papel da Assembleia como espaço de diálogo e colaboração entre setores público e privado. “Este é um momento para buscar soluções inovadoras que gerem resultados concretos para a população e garantam um futuro sustentável para Mato Grosso”, afirmou.

Entre as personalidades presentes, nomes de destaque nacional como o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o ex-governador de São Paulo João Dória deram amplitude às discussões. Temer ressaltou a importância da interlocução entre os poderes e da diplomacia política que, segundo ele, extrapola fronteiras estaduais. “Desejo saudar este momento em que a União se estabelece e realiza uma reunião em Cuiabá, um estado com o qual mantemos uma relação de proximidade extraordinária”, declarou.

A presença da Assembleia Legislativa no fórum também foi destacada por parlamentares. O deputado Dr. João (MDB) avaliou que o debate é oportuno e essencial para ampliar a compreensão sobre os desafios ambientais em Mato Grosso. “A troca de experiências entre setor empresarial e classe política é enriquecedora e contribui para a formulação de políticas públicas eficazes”, disse.

Já o deputado Júlio Campos (União) ressaltou a importância de sediar em Cuiabá um evento que, tradicionalmente, ocorre em grandes capitais internacionais. “A realização deste fórum aqui é motivo de satisfação. Temos a presença de personalidades de alto nível que debatem conosco projetos para o Centro-Oeste, para Mato Grosso e para o Brasil”, afirmou.

O deputado Wilson Santos (PSD) destacou o potencial do estado na transição para um modelo de desenvolvimento mais sofisticado, baseado na agroindústria. Para ele, Mato Grosso vive um momento extraordinário, deixando de ser visto como periferia e passando a atrair o interesse global de investidores.

A deputada Sheila Klener (PSDB), por sua vez, chamou atenção para a relevância de ouvir especialistas de renome internacional na construção de políticas públicas. “Conciliar desenvolvimento com sustentabilidade é um desafio complexo. O debate com personalidades experientes ajuda Mato Grosso a se preparar para o futuro. Nosso estado já preserva 62% de seu território e esse dado deve ser convertido em políticas eficazes diante das mudanças climáticas”, observou.

Na abertura do fórum, foram realizados três painéis:

“O compromisso ambiental de governos e do setor privado com a descarbonização”.

“Construindo um agro sustentável: inovação, governança e valor compartilhado”.

“Liderança política: o papel do Brasil na construção de um futuro sustentável”.

Para esta quinta-feira (28), estão previstos os debates “A diplomacia do clima: soberania, cooperação e responsabilidade” e “Desenvolvimento econômico e sustentabilidade: um equilíbrio necessário”.

Com a realização do fórum, a Assembleia Legislativa reafirma seu papel de liderança como espaço de diálogo e construção de políticas públicas capazes de projetar Mato Grosso no cenário nacional e internacional como referência em produção, inovação e preservação ambiental.

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