Cinco dos oito deputados da bancada de Mato Grosso votaram para liberar Chiquinho Brazão
A primeira-dama de Mato Grosso, Virgínia Mendes, criticou o voto dos parlamentares mato-grossenses favoráveis à soltura do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O parlamentar foi preso acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. Votação ocorreu na quarta-feira (10) e mantido o cárcere.
Para Virgínia, o posicionamento dos parlamentares demonstra o machismo na sociedade brasileira, já que a vítima do assassinato foi uma mulher. “Não foi com as esposas deles, né? Infelizmente o machismo ainda domina”, disse Virgínia Mendes.
A primeira-dama tem se manifestado nas últimas semanas de forma contundente contra a violência doméstica e feminicídio, cobrando leis mais duras para quem comete esse tipo de crime.
A declaração de Virgínia é mais uma das inúmeras críticas que os deputados federais Abilio Brunini (PL), Coronel Assis (União), José Medeiros (PL), e as parlamentares Amália Barros (PL) e Coronel Fernanda (PL) vem sofrendo desde o fim da votação na Câmara.
Apenas os deputados Emanuelzinho (MDB), Gisela Simona (União) e Juarez Costa (MDB) votaram para a manutenção da prisão do parlamentar. Ao todo, foram 277 votos favoráveis e 129 contra.
A justificativa dos parlamentares é de que a prisão contra Chiquinho Brazão seria ilegal, já que não estaria caracterizado o flagrante. Contudo, na decisão do ministro Alexandre de Moraes, confirmada pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), aponta o flagrante por obstrução de Justiça. A oposição do governo federal, liderada pelo PL também afirma que a decisão abriria brecha para que outros deputados também sejam presos.
Preso em 24 de março, Brazão foi expulso da União Brasil. A detenção ocorrida no exercício do mandato precisava ser referendada pela Casa a que o parlamentar pertence — Câmara ou Senado. Além de Chiquinho Brazão, seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil fluminense, também foram presos. A Polícia Federal ainda cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, todos no estado.