Padre que gravou o vídeo acredita que o mesmo casal usa o local para fazer o ninho há, pelo menos, quatro anos.
Um casal de araras-canindé escolheu o tronco de uma palmeira, bem no Centro de Cuiabá, para fazer o ninho. O registro foi feito pelo padre Deusdedit de Almeida, cura da Catedral Metropolitana de Cuiabá, nesta segunda-feira (25). (assista acima)
🦜Deusdédit acredita que o mesmo casal, há quatro anos, retorna à palmeira para fazer o ninho.
VIDEO:
“Desde 2020 estou na catedral. […] Todo ano fazem o ninho nessa palmeira, ao lado da catedral. Nos impressiona a fidelidade. Louvamos à criação e devemos louvar também o seu criador”, declara o padre.
O sacerdote também disse que se preocupa com a segurança dos animais, por causa do lugar que escolheram para fazer o ninho´.
“Aqui é um lugar de risco, porque a palmeira está ficando velha. As araras têm asas compridas e podem tocar em fios de alta tensão. A cidade não é o melhor lugar, mas elas têm esse hábito”, pontuou.
💞 Fidelidade ao ninho
A biológa Lorena da Silva Castilho explicou que a arara-canindé pertence a “Ordem Psittaciformes”, e algumas das aves mais inteligentes e com cérebro mais desenvolvido são dessa categoria, com habilidade de imitar sons e palavras e, por isso, é possível que seja o mesmo casal de araras que usa a palmeira para fazer o ninho desde 2020, já que a espécie não costuma trocar de parceiros.
“Outra característica interessante é o comportamento social dessas espécies. Os casais permanecem quase sempre para toda a vida e são quase inseparáveis”, disse.
Lorena também explicou que outro ponto que sustenta a possibilidade de ser o mesmo casal, é porque a espécie costuma fazer o ninho nos mesmos lugares.
Ameaçada de extinção
A arara-canindé (Ara ararauna), também conhecida como arara-de-barriga-amarela, arara-amarela, arara-azul-e-amarela, araraí, é uma das mais conhecidas representantes do gênero Ara, sendo uma das espécies emblemáticas do cerrado brasileiro e importante para muitas comunidades indígenas.
Os indivíduos congregam-se frequentemente com outras araras e psitacídeos em barrancos de rios com solos ricos em minerais específicos. Vivem em bandos com até 25 indivíduos e chegam a medir 83 centímetros de comprimento.
A ave tem uma longa cauda triangular, asas largas, um bico escuro grande e forte e as típicas patas zigodáctilas dos psitacídeos, com dois pares de dedos opostos, o que lhe dá grande destreza para escalar árvores e manipular os alimentos.
A arara-canindé, que traz na plumária as cores da bandeira do Brasil, está ameaçada de extinção.