Imóvel está em processo de locação, pois a família afirma não conseguir mais viver no local. No dia 21 de abril, Ines Gemilaki, de 48 anos, e o filho dela, Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28 anos, entraram na casa atirando e mataram dois idosos.
Vidros das portas e janelas foram restauradas, mas na parede e nas cortinas ainda há sinais do crime cometido por Ines Gemilaki, de 48 anos, e pelo filho dela, Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28 anos, que entraram na casa atirando e mataram dois idosos e deixaram um padre ferido, no dia 21 abril, em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá.
O ataque que culminou nos dois assassinatos deixou vários estragos: portas e janelas quebradas, paredes e teto com marcas de tiros, cortinas destruídas. (veja abaixo)
Fotos de como a casa ficou após o crime
Além dos bens materiais perdidos, a família contou que os assassinatos deixaram marcas psicológicas. Foi o que relatou Raquel Soares, filha de Pilson Pereira da Silva, de 81 anos, uma das vítimas e dono da casa. Ela disse que até hoje não consegue dormir direito e agora faz terapia para lidar com o trauma.
“Senti calafrios quando precisei voltar na casa para acompanhar a reforma. A gente continua abatido psicologicamente, sem saber por onde recomeçar […] Tenho feito terapia, quero tentar voltar ao meu normal naturalmente”, disse.
Raquel, que morava no endereço desde dezembro de 2023, contou que agora o imóvel passa por uma reforma avaliada em mais de R$ 20 mil e está em processo de locação, pois a família não consegue mais ficar na residência. Segundo ela, a casa, que era lugar de alegria e aconchego, agora gera medo, angústia e pânico. (veja abaixo como o imóvel está agora)
Casa passa por reforma e ja teve algumas partes restauradas
“Não me vejo mais morando dentro daquela casa, porque foi onde aconteceu toda a tragédia, era um dos lugares que eu ficava 99% do meu tempo, ali naquela área, fazendo comida, cuidando das minhas plantas, mexendo em uma coisa e outra”, relatou.
Lidando com o luto
A dona de casa disse que, para lidar com o luto, a família precisou ficar mais unida ainda, e essa união, tem ajudado a encontrar conforto e força para seguir.
“A gente tem ficado muito próximo, cuidando um do outro, orando. Foi uma perda que eu me senti impotente, por ver meu pai partir no meu colo e eu não poder fazer nada”, desabafou.
Raquel também explicou que as família dela e de Rui Luiz Bogo, de 69 anos, outra vítima do crime, se uniram. “Temos nos falado constantemente. Eles são nossos vizinhos. Damos apoio um ao outro, mas continuamos abalados”.
Relembre o caso
Ines e Bruno foram flagrados por uma câmera de segurança invadindo a casa e efetuando vários tiros. Nas imagens, é possível ver a mulher dentro da casa atirando, enquanto o filho estava no quintal e também efetuou disparos, segundo a polícia.
Em um outro vídeo, Ines apareceu sorrindo e apontando uma arma de fogo para uma câmera de segurança. Bruno também apareceu apontando uma espingarda calibre 12 para a câmera e, aparentemente fazendo um disparo.
Momentos depois do crime, mãe e filho foram flagrados comprando cerveja, água e refrigerantes, na conveniência de um posto de combustível, na cidade Matupá, a cerca de 13 km do local do homicídio, durante a fuga. Uma câmera de segurança da conveniência registrou o momento em que a suspeita apressou a atendente, enquanto falava ao telefone.
Três dias após o crime, mãe e filho se entregaram à polícia. No mesmo dia, o marido de Ines, Marcio Ferreira Gonçalves, de 45 anos, e o irmão dele, Eder Gonçalves Rodrigues, também investigados por envolvimento crime, foram presos. No entanto, Márcio foi solto e ficou de fora da denúncia do Ministério Público.
Já Ines, Bruno e Eder foram denunciados pelo Ministério Público pela morte de dois idosos e pela tentativa de homicídio contra o padre. Os três seguem presos.
Motivação do crime
De acordo com a Polícia Civil, a motivação do crime seria um desacordo comercial envolvendo pagamentos de aluguel da casa invadida. O vínculo entre os suspeitos e as vítimas começou em em março de 2021, quando as famílias firmaram o primeiro contrato de locação de um imóvel. O contrato foi encerrado um ano depois, em março de 2022.
Segundo a família que sofreu o atentado, o imóvel foi devolvido em péssimas condições de manutenção e higiene e com atraso de um mês de aluguel no valor de R$ 5 mil, além de dívidas de energia, internet e TV.
O caso virou uma briga judicial. Os proprietários do imóvel entraram com um processo contra Ines para tentar recuperar o dinheiro. O documento indicou que, como a família não possuía fotos do imóvel de antes do contrato, não foi possível comprovar se a casa estava ou não nas mesmas condições que foi entregue, e o processo não teve continuação.
Ao todo, conforme o processo, o valor da dívida de Ines com a família ficou em R$ 59,1 mil, considerando o aluguel atrasado (R$ 5 mil), as obras necessárias (R$ 44,1 mil) e o período de dois meses que o imóvel ficou indisponível para uso em razão das reformas (R$ 10 mil).