Os temporais e enchentes que afetam o Rio Grande do Sul desde o fim de abril provocam mudanças no comportamento de alguns consumidores em Mato Grosso, em especial por causa de um item: o arroz. Mas há risco do cereal faltar?
De acordo com a Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat), até o momento não há falta de arroz nas gôndolas, mas a expectativa é que o preço do arroz aumente mesmo com a colheita de cerca de 50% no sul e o anúncio do Governo Federal em importar arroz.
Nos supermercados de Mato Grosso, o preço do pacote de arroz de 5 kg varia entre R$26,99 e R$29,99. O gerente de supermercados, David Dias explica que alguns fornecedores não estão recebendo pedidos e que tem percebido que os clientes tem levado mais pacotes pra casa.
“Risco de desabastecimento devido aos distribuidores acredito que não vá ter, mas pode ter um desabastecimento no mercado porque as pessoas vêem as notícias e levam mais pacotes para casa”, explica.
A dona Rodes é cozinheira há 25 anos e prepara refeições para cerca de 180 pessoas por dia. Segundo ela, por mais criatividade que tenha, é impossível substituir o arroz nas refeições.
“Eu cozinho 15kg de arroz por dia e 6kg de feijão. A gente até pode cozinhar macarrão, mas não ficamos sem arroz”, conta.
Segundo a diretora executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Arroz (ABIARROZ), Andressa Silva, o Brasil produz em média 11 milhões de toneladas do cereal por ano. Para ela, a boa notícia é que a maior parte da produção do Rio Grande do Sul já foi colhida, mas o volume de compra pode desestimular os produtores a investirem no arroz no próximo plantio, previsto para o mês de setembro.
“Antes das enchentes, cerca de 80% da produção já havia sido colhida e é possível que haja mudança de preço pela questão logística, já que percursos que levavam 3 horas agora levam 11 horas para serem feitas”, diz
O Rio Grande do Sul chegou ao número de 143 mortos em razão dos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. No boletim da Defesa Civil divulgado no sábado (11), o estado ainda contabilizava 131 e 806 feridos.
O estado ainda registra 618 mil pessoas fora de casa. Desse total, M=mais de 81 mil estão em abrigos e 537 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).
Do total de 497 municípios gaúchos, 447 relataram problemas decorrentes da chuva. A situação afeta 2,1 milhão de pessoas.
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