Três dias antes de ser morta, Raquel Cattani, 26, confidencializou para uma testemunha que foi ameaçada de morte pelo ex-companheiro, Romero Xavier. A empresária foi morta na quinta-feira (18), mas o corpo foi só encontrado no dia seguinte. Nesta quarta-feira (24), Romero e o irmão, Rodrigo Xavier, foram presos pelo assassinato dela.
Conforme apurado a imprensa , testemunha contou à Polícia Civil que a vítima disse que Romero estava agressivo e não aceitava o término. Segundo Raquel, o ex-marido dizia que “se ela não ficasse com ele, não ficaria mais ninguém”, já que a mataria.
Além disso, foi relatado que Raquel estava guardando uma faca dentro de uma gaveta para se proteger. Esse depoimento foi dado no dia em que o corpo da vítima foi encontrado, dentro da chácara da família, no Pontal do Marape, cerca de 150 km de Nova Mutum.
Irmão deu as facadas
Delegado Guilherme Pompeo afirmou que foram realizadas diversas diligências desde que a Polícia Civil foi acionada para apurar o crime. Foram entrevistadas mais de 150 pessoas, desde vizinhos, trabalhadores e moradores do assentamento.
Durante a apuração, foi descoberto que Romero se aproximou do irmão, Rodrigo, que tinha passagens por furtos e outros crimes. Rodrigo foi chamado para depor, mas se esquivou várias vezes e apresentou inconsistência nas versões.
Um dia antes de ser preso, atualizou a rede social como “morador de Cuiabá”. Porém, foi localizado em Lucas do Rio Verde. Ao ser abordado, ficou nervoso.
Dentro da casa, policiais encontraram um perfume feminino, além do som, cinto e um porta celular de Raquel Cattani. Com base nos indícios, a polícia entendeu que Rodrigo matou Raquel a mando do irmão e que levou objetos da casa da vítima para simular um latrocínio.
A bota que o suspeito usava na hora da abordagem tinha semelhança com as pegadas deixadas na casa da vítima, que levou ao menos 34 facadas.
Chorou no velório
O autor intelectual do homicídio de Raquel levou o irmão no próprio carro para Nova Mutum e o deixou escondido nas proximidades do sítio PH, de propriedade de Raquel Cattani.
Ao longo do dia do crime, Romero almoçou com o ex-sogro e, inclusive, chorou na frente dos familiares da vítima. Após almoçar, levou os filhos do casal para Tapurah, a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado.
Durante a tarde do dia 18 de julho, ele chamou algumas pessoas com quem nem tinha muita convivência para beber e assar carne. No período da noite, foi a três boates em Tapurah para reforçar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não seria considerado o principal suspeito.
Por outro lado, Rodrigo ficou à espreita da vítima até ela chegar ao sítio. Romero sabia da rotina de Raquel e, de forma planejada, havia retirado o casal de filhos da residência anteriormente.
Ao chegar no sítio por volta de 20 horas da quinta-feira, a vítima foi atacada com uma faca e foi a óbito no local. Em seguida, Rodrigo subtraiu alguns objetos da casa, quebrou a televisão na parte de fora e levou a moto da vítima com o destino a Lucas do Rio Verde.
O executor do crime jogou a motocicleta, o celular e a faca do crime em um rio da região. A Polícia Civil solicitará ao Corpo de Bombeiros para realizar buscas no local.
Ainda nesta quarta-feira, uma equipe policial coordenada pelo delegado Edmundo Félix seguiu até o assentamento Pontal do Marape para conduzir o autor intelectual do homicídio e levá-lo até a delegacia de Nova Mutum.
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