A desembargadora Marilsen Andrade Addario, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), suspendeu ação movida por Renato Cardoso Lima Scheffer contra o pai, o barão da soja Eraí Maggi Scheffer. Fruto de um relacionamento extraconjugal do bilionário, Renato acusa o pai de estar antecipando a herança para os filhos “legítimos”.
Decisão que suspendeu a ação foi dada no fim de abril, mas só veio à tona nesta quarta-feira (26), na coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles. No processo, Renato Scheffer pede perícia contábil para expor a evolução patrimonial dos meio-irmãos. Em fevereiro, a Justiça mato-grossense chegou a determinar que Eraí apresentasse todos os bens móveis e imóveis que constam em seu patrimônio.
O filho ‘ilegítimo’ de Eraí alega que o bilionário se furtou de exercer a paternidade ou de sequer reconhecê-la, mesmo sabendo desde 1995 sobre o fruto de seu relacionamento com uma das cozinheiras das fazendas da família. Teste de DNA foi realizado quando Renato tinha 5 anos de idade, mas, segundo ele, não foi suficiente para que o pai lhe oferecesse condições ‘dignas’.
No outro extremo, o produtor rural garante que o filho foi assistido durante toda a vida, tendo acesso a saúde e educação, e que a paternidade só foi reconhecida em 2020, pois, somente naquele ano, Renato formalizou o pedido. Audiências de conciliação chegaram a ser agendadas, mas Eraí deixou de comparecer, alegando que não é cabível a discussão sobre a herança de uma pessoa viva.
A desembargadora Marilsen Andrade Addario suspendeu o processo depois de constatar, com base no relato de Maggi e em documentos juramentados em cartório e na Junta Comercial do Mato Grosso, a falta de indícios de irregularidades.