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Tendência de mercado, abertura de cafeterias em MT cresce 10% entre 2019 e 2023

Antes de chegar na cozinha, uma das bebidas mais vendidas no mundo percorre um longo caminho. Primeiro o café é plantado e depois de um ano colhido. Após ser tirado da roça, o café é levado para as unidades de secagem, pode ser terreirão ou pode ser secadores industriais. Só após esse processo o produto é comercializado.

O especialista da Empresa Matogrossense de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), Thiago Tombini, explicou que outra técnica usada por alguns produtores, é a clonagem, onde não se usa mais a semente.

“Hoje fazemos por estacas, que são pedaços da planta, da rama, e a gente transfere ela para a muda e, com um ano mais ou menos, essa planta já está produzindo um pouco de café”, disse.

Mato Grosso ocupa a nona posição entre os estados que produzem café no Brasil. Segundo a Empaer, em 2014, o estado tinha cerca de 20 mil hectares de café e uma produção de 124 mil sacas. Dez anos depois, estamos com aproximadamente 17 mil hectares, porém, o total colhido aumentou para mais de 200 mil sacas. Foi reduzida a área e aumentada a produtividade.

A bebida é a segunda mais consumida no país, perdendo apenas para a água. A estimativa é de que este consumo cria-se ainda mais não somente no Brasil, como no mundo todo. Pela última pesquisa da Associação Brasileira da Indústria, do Café (ABIC), o consumo da bebida no Brasil entre novembro de 2022 e outubro de 2023 registrou um aumento de 1,64%, isso em relação ao período anterior, considerando, dados de novembro de 2021 e outubro de 2022. Este volume representa 39,4% da safra de 2023, que foi pouco mais de 55 milhões de sacas, segundo a CONAB.

☕Crescimento do mercado

 

No mercado regional, o cenário está otimista. Por aqui, a bebida que acolhe e junta pessoas em vários momentos do dia, segue essa tendência. Em uma indústria de Cuiabá, de janeiro do ano passado a janeiro deste ano houve um crescimento de 11,5% na venda do café. Crescimento que para o setor está ligado ao hábito das pessoas.

“Os jovens de hoje aprenderam com os avós, pais e amigos a saborearem um bom café. Hoje é uma tradição e lazer”, disse o gerente comercial Ideilson Santos Andrade.

Tradição que a gente vê refletindo no aumento de cafeterias. Segundo o Sebrae-MT, em Mato Grosso são 8.901 cafeterias ativas, sendo que 99% são (MEI, ME e EPP). De 2019 a 2023, a taxa de crescimento de abertura de cafeterias anual foi de 10%. Até o momento, em 2024, o saldo de cafeterias abertas e fechadas no estado é de 141 empresas. A média da idade dos empresários do setor é de 41 anos, sendo a maioria (54%) mulheres.

“Estamos falando de micro e pequenos negócios. É é interessante que esses negócios estejam alinhados com as tendências de consumo. Dependências dos negócios de alimentação, são negócios que tragam e promovam a valorização do produto de origem, cada vez mais os consumidores querem entender de onde o produto veio até chegar à mesa dele que está consumindo. A gente está falando também da valorização de produtos através da qualidade do produto, as pessoas estão mais preocupadas com a sua qualidade de vida, saúde e é muito importante também que o empresário, antes de iniciar o negócio, que ele tenha de forma clara qual é o propósito do negócio dele, qual impacto que o negócio dele vai gerar.” disse a gestora estadual da cadeia de alimentos e bebidas do Sebrae Mato Grosso, Inajara Morin.

Para o gerente de loja que trabalha no centro de Cuiabá Júnior Costa, uma coisa certa, o cafezinho é essencial.

“Trabalho, eu trago já direto para a empresa uma garrafa de café. Se não tem o cafezinho de manhã, na verdade, o dia inteiro tomando café não adianta não, tem que ter o café assim de manhã à tarde”, pontuou.

🤔Mas será que esse consumo é saudável?

 

O doutor Fábio Argenta, que é cardiologista, afirma que o café tem seus benefícios, mas combinado com a moderação.

“Quando em excesso a cafeína pode sim levar a prejuízos no organismo como taquicardias, aceleração muito intensa do metabolismo levando a agitação psicomotora, a insônia. O estudo de revisão publicado em 2020 mostrou que entre 3 a 5 xícaras. Pequenas por dia de café são benéficas”, explicou.

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