Segundo o filho da vítima, João Antônio Pinto foi morto por engano, já que o pai tinha problemas de audição e, possivelmente, não teria ouvido a abordagem policial.
Um idoso de 87 anos morreu durante um confronto com a Polícia Civil, após, supostamente, não ter ouvido uma abordagem policial, nesta sexta-feira (23), no Contorno do Leste, em Cuiabá. João Antônio Pinto era o suposto dono de uma terra que havia sido ocupada por invasores em 2023.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios realizou o atendimento, com o acompanhamento da Corregedoria da Polícia Judiciária Civil. “Todo o trabalho de investigação já teve início, inclusive da perícia. A coleta de imagens e demais provas técnicas foram requisitadas, para as providências cabíveis”.
À polícia, um dos filhos de João disse que o pai foi morto por engano, já que a vítima era parcialmente surda e enxergava com dificuldades.
Ainda segundo o filho de João, a região é reconhecida pelos conflitos com invasores de terra e, por isso, o pai costumava andar armado. O filho explicou que a polícia chegou no local e abordou o pai dele, mas, como ele, supostamente, não teria ouvido, os policiais acabaram atirando.
O caso é acompanhado pela Corregedoria da Polícia Civil.
Entenda o caso
No ano passado, João foi entrevistado pela TV Centro América para falar sobre uma invasão na área do Contorno Leste, que fica entre os Bairros Dr. Fábio e Osmar Cabral. Na época, o local era disputado por três grupos, sendo o primeiro formado por pessoas que ocupavam a região, o segundo pela Prefeitura de Cuiabá e o terceiro por João Pinto, que seria o proprietário do terreno.
João, inclusive, chegou a acionar a Justiça para reaver as terras que estavam sendo ocupadas por dezenas de famílias da região, tanto que ele chegou a comprovar que era dono das terras com a apresentação de alguns documentos.
Proprietário entra na justiça para recuperar área invadida em Cuiabá
No período em que a reportagem foi ao ar, João contou que a terra pertencia a uma área da fazenda que ele tinha na região, que foi demarcada para a construção de condomínios privados e até de uma aeronáutica do Brasil.
Quando as invasões se tornaram frequentes, João e a família foram agredidos pelas pessoas que ocupavam as terras dele. Segundo uma das filhas da vítima, os proprietários tinham a escritura do local desde 1968.