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O silêncio da mata é rompido pelo ataque de uma onça-pintada contra jacarés que nadam pelo rio do Pantanal de Mato Grosso, em Porto Jofre, entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço, a 104 e 121 km de Cuiabá. Há 11 anos, o fotógrafo inglês Chris Brunskill procura por cenas como essa.
Ele contou como se prepara para esses momentos e o que costuma fazer para lidar com a adrenalina.
“Se eles pegarem um jacaré, a próxima coisa que você precisa é de sorte. O ataque precisa acontecer ao ar livre, com boa iluminação e com os olhos de ambos os animais visíveis. Muitas vezes a predação ocorre na vegetação à beira do rio ou atrás de árvores ou arbustos. É um jogo de paciência e somente quando todos os fatores se juntam é que você pode esperar criar um quadro dramático”, afirmou.
Desde 2015, Chris conta com a companhia do guia de turismo Branco Arruda, que, juntos, costumam flagrar diferentes ataques entre onças e jacarés no Pantanal Mato-grossense.
Para encontrar um felino prestes a atacar, Chris disse que costuma navegar a uma distância segura das margens dos rios, porque é na vegetação que as onças gostam de aparecer para dar o bote.
“Passei horas acompanhando onças caçando na beira do rio, muitas vezes sob calor extremo no meio do dia. Gostam de procurar jacarés descansando na vegetação e muitas vezes saltam do alto da margem do rio para surpreender os répteis. Uma boa concentração é muito importante e você precisa ter a câmera sempre perto dos olhos, pois eles podem atacar a qualquer momento”, contou.
Em um desses ataques, a adrenalina do momento contagia, também, o fotógrafo.
“Quando você vê um ataque de jacaré, não há adrenalina como essa. Seu coração está acelerado e você está desesperado para registrar as imagens da melhor maneira possível. Muitas vezes eu grito para Branco posicionar o barco mais um metro para frente ou para trás e ele tem que me dizer para me acalmar porque estou muito consumido pelo que estou testemunhando através das lentes da minha câmera”, disse.
O Parque Estadual Encontro das Águas contempla o maior número de onças-pintadas, com uma extensão de 108 mil hectares. Os turistas podem passear de barco pelo bioma ao mesmo tempo em que fazem o monitoramento das onças de forma voluntária através de fotos e vídeos de diferentes aparições dos felinos.
Aliado ao ecoturismo, os guias orientam que o melhor momento para se deparar com os animais acontece entre os meses de julho e final de setembro, quando começa o período da seca, o que faz com que os felinos procurem água e, com isso, ficam expostos às margens dos rios, sendo possível vê-los de uma distância segura.
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