A colheita do milho da safra 2022/2023 foi encerrada em Mato Grosso e os números preliminares já indicam um aumento de 16% em relação ao volume total do ano passado. Porém, a rentabilidade dessa produção, enfrenta uma redução de aproximadamente 40%, indica a Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Com uma produtividade de 113 sacas por hectare, conforme as estimativas preliminares do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado contabiliza pouco mais de 51 milhões de toneladas de milho produzidas nessa safra. Fernando Cadore, presidente da Aprosoja-MT, avalia que o número é positivo em produtividade, mas a safra formada com altos custos enfrenta uma queda forte na precificação.
Esse cenário, pontua o presidente, impacta diretamente na renda do produtor e, principalmente, na formação das novas lavouras para o novo período que se inicia agora com a soja, em setembro.
“Temos sentido, no campo, uma retração muito grande do produtor. Primeiro no nível de investimento. Quando fazemos a conta simples do milho a renda cai em torno de R$ 2,5 a R$ 3 mil por hectare, em função do preço, trazendo uma perda, por estado de Mato Grosso, em torno de R$ 20 bilhões, só na diferença de preço”, detalha Cadore.
Nesse sentido, complementa a Associação, há um impacto também quando o produtor faz o custo da nova lavoura 2023/2024. Com isso, a expectativa é que a área pare de subir e ocorra, então, uma retração no plantio para a próxima temporada de segunda safra.
“Até porque neste ano foram plantados 7.49 milhões de hectares, dos quais partes avançaram em áreas novas, um pouco mais marginais, mais arenosas, de cascalho. A safra foi positiva em volume de produção, porém negativa em rentabilidade e isso vai causar impacto direto na formação da safra 2023/2024, e o avanço das áreas de milho deve recuar, além do investimento em tecnologia que devem ser reduzidos porque hoje a conta não fecha”, explica.
Colheita em números
A colheita do milho da safra 2022/23 foi encerrada em Mato Grosso na sexta-feira (18), conforme o boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia e Agropecuária (Imea). O processo foi finalizado com um dia de diferença com relação à safra anterior. A região Norte do Estado foi a primeira a completar a coleta do grão.
Conforme o levantamento, a região Norte já tinha completado a colheita em 11 de agosto, mesmo tendo o menor desemprenho no começo da safra. Na primeira semana de levantamento, em 19 de maio, a região estava em 0,03% da colheita.
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