Onda de calor que atingiu o país e as chuvas abaixo da média são as principais causas. Caso o cenário não mude, os rios do Pantanal seguem com tendência de ter seca severa em 2024.
Todos os rios da bacia do Rio Paraguai estão com os níveis inferiores ao esperado para esta época do ano, segundo o boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), na quinta-feira (14). Caso o cenário não mude, os rios do Pantanal seguem com tendência de ter seca severa em 2024.
De acordo com o boletim, a onda de calor que atingiu o país e as chuvas abaixo da média são as principais causas da baixa nos níveis. A região do Alto Rio Paraguai é uma das mais afetadas, com os níveis mais baixos registrados no histórico para o começo do ano.
O pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, Marcus Suassuna, esclareceu que os níveis de chuva muito baixos e o prognóstico para os próximos meses não mostram indícios de recuperação.
“O rio não subiu como um histórico mostra que nesse período normalmente ele sobe. Então a gente faz essa comparação com o histórico para poder ter uma ideia de em que ponto que a gente se situa nesse. Então daí que vem é essa preocupação”, diz.
Ao todo, a bacia do Rio Paraguai registra um volume de chuvas acumulado de cerca de 15 milímetros. Segundo os dados do monitoramento, projeções do modelo GEFS indicam que, até o final de março, são esperados acumulados de chuva em torno de 50 milímetros.
O período de chuvas no Pantanal ocorre entre outubro e fevereiro, com média de 740 milímetros. Nos três primeiros meses de 2024, o número de acumulado está em 457 milímetros.
O pesquisador ainda ressalta que não há previsão de melhora no Alto Paraguai e em todos os afluentes e, na calha principal, o Rio Paraguai apresenta uma recuperação muito lenta para este período do ano, cerca de 5 cm por semana.
“Se continuar nesse ritmo, a região chegará ao final do período chuvoso sem uma cheia significativa e sem se recuperar da última vazante”, conta