Setembro termina com aumento de 371% nos focos de calor se comparado ao mesmo mês do ano passado. Este ano, foram 19.893 focos em Mato Grosso e, em 2023, 4.219. Desde o início do ano, já são 45.780 focos, o pior cenário em queimadas dos últimos 14 anos.
Nem mesmo o ano de 2020, quando houve recordes históricos com incêndios que consumiram quase 30% do Pantanal, o acumulado de 9 meses chegou ao resultado de 2024. Naquele ano foram 39.100 focos, ou seja, neste ano o número já é 17% maior. Até agora, o pior ano no acumulado desse período é 2010, com 51.266 focos. Em relação aos nove meses do ano passado, o total de 2024 chega a ser 219% a mais, quando foram registrados 14.311 focos.
Com recordes de focos, o Estado tem setembro como o pior mês dos últimos quatro anos. São mais de 660 focos por dia e o resultado é quase 50% acima da média esperada para o mês. No acumulado no ano de 2024, os dados de setembro representam 43,4% dos focos. O número do mês é o pior para o Estado desde setembro de 2020, quando em setembro, o Estado teve 20.312 focos.
Os dados são do programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e mostram que Mato Grosso lidera o número de queimadas no país, que tem 209.242 focos neste ano.
Estado em chamas
No Estado, os dados do Inpe mostram que 100% dos municípios registraram pelo menos um foco de incêndio nesse ano.
Neste mês de setembro, 93% deles, ou seja, 133 cidades, registraram fogo. Os municípios de Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá) e Peixoto de Azevedo (691 km ao norte de Cuiabá) são as cidades que têm mais focos de calor.
As duas somam mais de 1.100 registros cada uma, apenas em setembro. No acumulado de 2024, as duas cidades também estão entre os 10 municípios com mais focos, ocupando a segunda e terceira colocação, respectivamente. Cáceres soma 2.254 focos em nove meses, enquanto Peixoto tem 1.552 registros.
No ano, o município com o pior desempenho é Colniza (1.065 km a noroeste de Cuiabá), com 2.460 focos. A cidade também é a única de Mato Grosso que ainda está entre as 10 do país que mais registram focos neste ano.
Colniza fica em nono lugar no ranking nacional do fogo. O município é composto 100% pelo bioma Amazônia, que foi o que mais sofreu com focos de incêndio neste ano.