Parte do estado deve receber cerca de 50 mm de chuva até o dia 24 de outubro, volume insuficiente para garantir umidade no solo nas lavouras
O produtor Jean Fritshc, de Jaciara, sul de Mato Grosso, tinha como objetivo plantar soja em sua área de 2.300 hectares o mais rápido possível. O objetivo era aproveitar a janela ideal do algodão segunda safra, mas o clima frustrou suas expectativas.
“No mês de setembro tínhamos apenas 30 mm de chuva acumulada, mas fomos abençoados no começo de outubro com uma chuva de 35 mm e estamos, finalmente, iniciando o plantio”.
A falta de umidade no solo também acendeu o alerta na fazenda vizinha, que deve cultivar soja em 1.720 hectares. “Não podemos errar, temos de plantar só na certeza. Muito calor, baixa umidade pode trazer a perda do talhão inteiro em dois, três dias”, diz o produtor Rogério Berwanger.
Os relatos foram colhidos pelo repórter Pedro Silvestre, do Canal Rural Mato Grosso, durante a Expedição Soja Brasil. O projeto passará pelos principais estados produtores do grão para mostrar a realidade dos sojicultores brasileiros.
Chuvas mais espaçadas
O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, ressalta que a safra 23/24 deve trazer chuvas mais espaçadas ao estado.
“Podemos ter menores volumes pluviométricos, como ocorreu em 2016, então ficamos na expectativa. Sabemos que o controle de pragas na soja acaba sendo mais difícil, então temos essa preocupação. O produtor deve aproveitar a chuva, não perder tempo para que consiga aproveitar o máximo possível e fazer a safrinha, sem ter a renda comprometida”, afirma.
De acordo com o meteorologista, Arthur Müller, Mato Grosso vem sofrendo com a seca e as altas temperaturas nos últimos dias. “Boa parte do estado deve receber cerca de 50 mm de chuva até o dia 24 de outubro. O volume ainda é insuficiente para garantir a umidade adequada do solo e ajudar a soja neste início de desenvolvimento”.