Em 2014, a primeira-dama de MT, Virginia Mendes, teve que se submeter a um transplante de rins devido a uma doença renal policística e, por esse motivo, retirou os dois rins. Durante o período em que aguardava pelo transplante, passou pelo tratamento de diálise.
Enquanto aguardava por um doador, seu esposo, governador Mauro Mendes, fez exames e foi constatada a compatibilidade. Assim, ela recebeu a doação de um dos rins dele.
Nesta sexta-feira (27.09), Dia Nacional de Doação de Órgãos, Virginia Mendes destacou a importância das campanhas de doação de órgãos em vida.
“Há dez anos, tive que passar pelo procedimento de transplante, e graças ao meu marido posso compartilhar com vocês a nossa experiência. Muitas pessoas têm medo ou são desfavoráveis à doação de órgãos em vida, mas talvez, se precisassem, assim como eu e tantas outras pessoas que estão nas filas, pensariam de outra forma”, disse Virginia Mendes.
De acordo com a primeira-dama do Estado, tanto ela quanto o governador Mauro Mendes levam uma vida normal após o transplante. Ela ressalta que a população precisa encarar este assunto como uma verdade indiscutível.
“Claro que temos exceções, sei de outros casos semelhantes ao nosso, mas alguns obstáculos ainda impedem que vidas sejam salvas por falta de conhecimento. Tive uma segunda chance de vida e serei eternamente grata ao meu marido por ele ter me doado vida. Precisamos falar mais sobre isso”, avaliou Virginia Mendes.
Recentemente, o Hospital São Mateus foi credenciado pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e já está apto a realizar transplantes renais. Essa conquista beneficiará pacientes da rede particular e do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Comemorei muito essa conquista, porque sair do estado para passar por um procedimento desses não é fácil. Em alguns casos, as pessoas não têm condições financeiras e, mesmo com o auxílio do Estado, é sempre uma preocupação para a família. Além disso, a recuperação perto dos familiares e amigos é muito mais rápida”, esclareceu Virginia Mendes.
O Estado também conta com transplantes de córnea. Nesse caso, os tecidos são retirados por meio de uma técnica cirúrgica que não deixa vestígios. A doação não modifica a aparência do doador.
“Este ano, o transplante de córneas completou 24 anos de atividades, o que é motivo de muito orgulho. Acredito que falar mais sobre os transplantes em vida ajuda a desmistificar e esclarecer sobre as doações”, destacou Virginia Mendes.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, qualquer pessoa pode doar. O que conta é estar com boa saúde, avaliada por um médico, e atender a certos limites de idade: 75 anos para os rins, 70 para o fígado, 69 anos para sangue, 65 para pele, ossos e válvulas cardíacas, 55 para o pulmão, o coração e a medula óssea, e 50 para o pâncreas. Para córneas, não há limite de idade.