As obras para implantação do Ônibus de Transporte Rápido (BRT), em Cuiabá, começaram nesta semana, na Avenida do CPA. Segundo o Governo do Estado, os trabalhos são realizados no sistema de drenagem no canteiro central e, em seguida, deve ser feita a construção da pista de concreto, incluindo a remoção da capa asfáltica e execução da terraplanagem.
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, informou que determinou a fiscalização por parte do município para exigir toda a documentação necessária que, segundo ele, não existe. Caso o estado não apresente, a obra deve ser embargada.
“Cuiabá tem normas, regras, leis. Eles não vão passar por cima de Cuiabá. Então, já determinei ao secretário de ordem pública, que ele, pessoalmente, assuma o comando da fiscalização a partir de agora e vá até a obra, juntamente com a fiscalização, exigir toda a documentação necessária, as licenças necessárias, que nós sabemos que eles não têm. Não tendo licença, segundo manda a lei, a obra tem que ser embargada”, disse.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), informou que não vai se manifestar no momento.
A prefeitura de Cuiabá enviou um novo projeto para instaurar um sistema de transporte nos trilhos, voltado somente para a capital. Em 2014, um projeto de Veículos Leves sob Trilhos (VLT) que ligaria Cuiabá e Várzea Grande era uma das obras para Copa do Mundo no Brasil, mas após denúncias de corrupção, o projeto passou para um BRT entre as cidades, conforme definido pelo governo do estado.
O município, por sua vez, enviou um novo projeto ao Governo Federal para receber recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). A proposta prevê duas linhas principais, com 23km de trilhos, uma liga a região do Porto até o Bairro CPA, já a outra prevê ligar a região do centro ao distrito industrial.
O planejamento formulado pela prefeitura prevê que o sistema VLT tenha três terminais de integração, uma estação de conexão e trinta e duas estações de transbordo. Diferente do projeto anterior, o projeto está previsto para Cuiabá, sem rotas para Várzea Grande.
A novidade do projeto é que, com a exclusão do modal em Várzea Grande, há o acréscimo do trecho do Coxipó até o Distrito Industrial.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra), serão implantados dois corredores do BRT. No primeiro, o ônibus sairá do Terminal André Maggi em Várzea Grande, percorrendo as Avenidas Filinto Muller, João Ponce de Arruda, Avenida da FEB, Tenente-Coronel Duarte e Historiador Rubens de Mendonça, até o Terminal do Coxipó.
Já no segundo corredor, o BRT sairá do Terminal do Coxipó e percorrerá as Avenidas Fernando Corrêa e Coronel Escolástico, até o Centro de Cuiabá.
O corredor entre Várzea Grande e o CPA contará com três linhas:
Já o corredor entre Coxipó e Centro de Cuiabá terá duas linhas:
Ao chegarem no Centro da capital, as linhas expressas dos dois corredores sobem a Avenida Getúlio Vargas, fazem o contorno na praça do Chopão e descem a Avenida Isaac Póvoas, antes de retornarem para sua origem.
De acordo com o projeto, a Avenida da Feb continuará com duas pistas em cada sentido após o fim dos trabalhos.
As obras de implantação do BRT começaram no dia 21 de abril. Conforme o cronograma da Sinfra, a previsão é que o projeto em Várzea Grande seja finalizado no fim do primeiro semestre de 2024. Ainda não se sabe sobre as datas do início das obras em Cuiabá e quando o modal começará a funcionar.
O VLT foi projetado para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e foi marcado pela corrupção e entraves judiciais. A obra paralisada possui 22 quilômetros de extensão entre Cuiabá e Várzea Grande.
Em dezembro de 2014, as obras foram interrompidas. Em 2018, o governo do estado rompeu o contrato com o consórcio VLT e, depois, decidiu substituir o modal pelo BRT. Já em dezembro do ano passado, o governo começou a retirar as estruturas que serviriam de suporte para o VLT em Várzea Grande.
As obras do projeto, que deveria ter ficado pronto oito anos atrás, já custou mais de R$ 1 bilhão.
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