À medida que os desafios ambientais globais se intensificam, a preservação dos ecossistemas torna-se uma prioridade urgente. Entre as ameaças mais significativas enfrentadas atualmente estão os incêndios no final da estação seca. Os períodos de seca estão se prolongando devido aos extremos climáticos.
Os grandes incêndios que têm ocorrido nos últimos anos não apenas destroem vastas áreas de vegetação, mas também contribuem para as emissões de gases de efeito estufa, aumentam os custos de combate aos incêndios, causam a degradação do solo e alteram as paisagens quando ocorrem frequentemente na mesma área.
Evitar grandes incêndios florestais e adotar práticas eficazes como a queima prescrita tem sido parte de um estudo desenvolvido pelo programa de mestrado em Ciências Ambientais da Universidade de Cuiabá juntamente com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio, a fim de verificar os impactos causados pelos incêndios na região e da queima prescrita como forma de conservar da paisagem no Parque Nacional Chapada dos Guimarães.
O coordenador do programa de mestrado da UNIC, Osvaldo Borges Pinto Júnior, salienta que as pesquisas têm como meta analisar fatores que são afetados pela queima prescrita, como a fauna, o solo, a flora, o clima e a população, e sua interação com o meio após o evento de queima. Estudos preliminares apontam que a queima prescrita pode ser considerada uma forma de manejo sustentável, visto que os impactos são pequenos e até imperceptíveis do ponto de vista ambiental.
As queimas prescritas são feitas em pontos distantes uns dos outros e, nos anos seguintes, em áreas diferentes, criando cicatrizes na paisagem que servem como barreiras para eventuais incêndios durante o período final da seca, quando ocorre naturalmente o fogo em áreas de Cerrado. No entanto, a queima prescrita, por não ser realizada no período natural do regime de fogo do Cerrado, levanta incertezas sobre como o ecossistema será modificado com esse regime de fogo. É aí que entram as pesquisas, para apoiar os gestores do parque a encontrar um manejo que seja benéfico para o ecossistema e seguro para o combate.
Os incêndios, a maioria das vezes são causados por atividades humanas irresponsáveis e intensificada pelas condições climáticas extremas, representam uma ameaça devastadora para os todos os ecossistemas naturais. Além de destruir habitats vitais para a fauna e a flora, os incêndios também contribuem para o aumento das concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, exacerbando o problema das mudanças climáticas, mas principalmente as populações próximas aos incêndios.
Em 2024, com o fenômeno do El Ninho, o regime de chuva no estado do Mato Grosso diminui consideravelmente quando comparado ao ano anterior. Isso remete a um alerta sobre as possíveis consequências da diminuição das chuvas, como o início do período de seca.
É fundamental que as comunidades, gestores ambientais e órgãos governamentais trabalhem em conjunto para implementar práticas de prevenção. Isso inclui a realização de campanhas de conscientização pública, estabelecimento de regulamentações adequadas e o treinamento de profissionais capacitados para realizar tais ações de forma segura e eficaz.
“Além de proteger os ecossistemas naturais, a adoção de práticas de manejo responsável também traz benefícios adicionais, como a redução dos impactos negativos sobre a saúde humana, a proteção de áreas agrícolas e a preservação de recursos hídricos”, complementa Osvaldo.
Em um momento em que a saúde do planeta está em jogo, é importante que tomemos medidas concretas para proteger o meio ambiente e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Evitar incêndios e promover a queima prescrita são passos essenciais nessa jornada rumo à conservação ambiental e ao equilíbrio ecológico.
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