Em 2021, quatro trabalhadores maranhenses foram torturados e mortos, em Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, o proprietário da residência onde as armas foram encontradas tem vínculo com os suspeitos do crime.
A Polícia Civil apreendeu 30 armas perfurantes, dentre elas facas, facões, canivetes e punhais, na tarde desta terça-feira (19), na casa de um dos investigados pelo crime de sequestro, tortura, assassinato e ocultação de cadáver de quatro trabalhadores maranhenses, em Cuiabá.
O crime ocorreu em maio de 2021 e as vítimas foram identificadas como Tiago Araújo, de 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, de 23 anos, Geraldo Rodrigues da Silva, de 20 anos e Clemilton Barros Paixão, de 20 anos. Segundo a polícia, as vítimas vieram para capital em busca de trabalho.
O mandado de busca e apreensão cumprido nesta terça faz parte da segunda fase da Operação Kalypto, que busca reunir novas evidências que possam levar à localização dos restos mortais das vítimas e a outros possíveis envolvidos nos crimes.
De acordo com a Polícia Civil, o proprietário da residência alvo das buscas tem vínculo com os suspeitos que foram denunciados na primeira fase da investigação. Além disso, ele também já foi investigado por outros crimes.
A Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec-MT) esteve no local para coletar evidências e analisar o material apreendido.
Entenda a operação
Segundo a polícia, a operação investiga um grupo criminoso que determinou um “tribunal do crime” porque julgou que as quatro vítimas pertenciam a outra facção e, desta forma, resolveram assassinar os jovens.
Após o desaparecimento das vítimas, os familiares procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim. Quatro dias depois, a equipe recebeu informações de que um morador do Bairro Jardim Renascer estaria envolvido no desaparecimento das vítimas.
A investigação apurou que as vítimas foram decapitadas, tiveram dedos amputados e, um do dos homens, foi atingido por um disparo no peito. Outras duas foram mortas com tiros na nuca.
Os suspeitos devem responder por homicídio triplamente qualificado – impossibilidade de defesa, motivo torpe e meio cruel – além de ocultação de cadáver, sequestro e integração de organização criminosa.
As equipes realizam buscas para descobrir a localização dos corpos das vítimas, que até o momento estão desaparecidos. Os quatro alvos da operação possuem antecedentes criminais e fazem parte de uma facção criminosa.
O delegado disse ainda que a família dos maranhenses tiveram que voltar para o estado de origem.
Sobre o suposto envolvimento das vítimas com organizações criminosas, a Polícia Civil foi até o Maranhão para conversar com as famílias e os investigadores confirmaram que apenas um dos quatro maranhenses tinham algum envolvimento com a quadrilha.