O Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Sesc Pantanal, foi entregue ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela aprovação do documento em unidades de conservação federais. A iniciativa do Polo Socioambiental Sesc Pantanal é inédita no Pantanal norte e fundamental para fortalecer o trabalho de prevenção e combates a incêndios realizado pela instituição há 26 anos.
Com 108 mil hectares, a RPPN Sesc Pantanal é a maior do Brasil e teve grande parte da sua área afetada pelos incêndios de 2020. Desde então, as ações de prevenção têm avançado ainda mais nas diferentes frentes de atuação, sendo a principal delas o PMIF, que reforça a integração de todas as atividades relacionadas à prevenção e combate aos incêndios florestais na reserva e entorno, tendo a construção colaborativa como a abordagem principal no planejamento e a queima prescrita como uma das ferramentas de conservação e manejo.
O PMIF integra ecologia, cultura e manejo do fogo. Por isso, reúne diferentes estratégias, como o registro e documentação de ações já empreendidas relacionadas à prevenção e combate, prevê a manutenção e construção de novos aceiros e reforça as campanhas de sensibilização, bem como agrega ainda mais inovação, como as queimas prescritas. Esta abordagem, amplamente utilizada em outros biomas e unidades de conservação ao redor do mundo, prevê o uso do fogo em áreas selecionadas, visando reduzir a vegetação em paisagens de campo e melhorar as condições de controle durante a estação seca.
O ecólogo e gestor da RPPN Sesc Pantanal, Alexandre Enout, explica que por meio do Plano é possível compreender como o fogo age dentro da RPPN, os impactos, que tipo de ambiente tolera melhor o fogo e qual não tolera. “Com o PMIF, o objetivo é ter um avanço em relação à prevenção dos incêndios florestais e ao manejo da paisagem para o benefício da conservação da natureza da RPPN. Nesta construção, o trabalho colaborativo junto à comunidade do entorno, formada por populações tradicionais, indígenas e produtores rurais, é primordial para o entendimento sobre o uso cultural do fogo no bioma e também para que o conhecimento sobre a técnica seja compartilhada“, destaca Enout.
O Plano faz parte do projeto “Recuperando e Protegendo”, realizado em parceria com a Fundação Pró-Natureza (Funatura) e apoio do ICMBio, que publicou orientações recentes sobre o MIF, e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU). O coordenador do projeto pela Funatura, Cesar Victor do Espírito Santo, ressalta que a expectativa é para a implementação do PMIF já em 2024, no período anterior à seca no bioma.
“Com o PMIF é possível tomar medidas cada vez mais efetivas, alinhadas às melhores práticas de proteção e combate a incêndios“, conta o coordenador. O documento foi entregue ao ICMBio para análise e parecer final, seguindo o protocolo do órgão para a elaboração.
Ponto de partida para outras áreas
A bióloga e gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, uma iniciativa do sistema CNC-Sesc-Senac, Cristina Cuiabália, aponta que um dos principais objetivos deste trabalho colaborativo é que ele sirva de base para outras áreas no Pantanal. “Com isso, reduzimos a possibilidade de grandes incêndios como temos visto nos últimos anos (2019, 2020 e 2023). Além disso, podemos estabelecer parâmetros para as queimas prescritas, que é apenas um dos instrumentos do arcabouço do Manejo Integrado do Fogo. O compromisso do Sesc Pantanal é com essa ação modelar, que pode servir de ponto de partida para boas práticas no Pantanal”, conclui.
A RPPN realiza durante todo o ano trabalhos preventivos, como manutenção de estradas e limpeza de aceiros, estratégicos em ações de combate. Entre os equipamentos, a Brigada Sesc Pantanal conta com bomba costal, soprador, motobomba, motosserra, quadriciclos, caminhonetes, caminhões-pipa, pipinha, pá carregadeira, trator com roçadeira e grade, barcos e um avião.
A realização do PMIF contou com o financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), por meio do Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com implementação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e execução do Fundo Brasileiro de Biodiversidade (Funbio).
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