Até início da manhã, 60 pessoas haviam sido presas. Agentes cumprem mandados em 24 unidades da federação.
A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quarta-feira (25), 141 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de armazenar e compartilhar material de abuso sexual infantojuvenil.
Os mandados são cumpridos em 24 unidades da federação. Até a última atualização desta reportagem, 60 pessoas haviam sido presas. Um deles é sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), que ainda não se manifestou sobre o caso.
No Distrito Federal, três pessoas foram presas e tiveram os computadores apreendidos:
- um homem de 59 anos, em Taguatinga, com mais de 20 mil arquivos com conteúdos pornográficos de crianças no computador (veja vídeo acima);
- um homem de 39 anos, no Recanto das Emas, com 300 arquivos;
- um homem de 38 anos, no Cruzeiro, com 5 mil arquivos. Segundo apurado pela TV Globo, ele é sargento da Força Aérea.
Veja as unidades da federação em que a PF fez prisões em flagrante:
- Acre: 1;
- Alagoas: 2;
- Amapá: 1;
- Bahia: 1;
- Ceará: 3;
- Distrito Federal: 5;
- Espírito Santo: 2;
- Goiás: 1;
- Maranhão: 1;
- Minas Gerais: 1;
- Mato Grosso do Sul: 3;
- Mato Grosso: 1;
- Pará: 3;
- Pernambuco: 3;
- Piauí: 1
- Paraná: 2
- Rio de Janeiro: 4;
- Rio Grande do Norte: 2;
- Rondônia: 1;
- Roraima: 1;
- Rio Grande do Sul: 4;
- Santa Catarina: 5;
- Sergipe: 1;
- São Paulo: 9;
Durante as investigações, a PF contou com o apoio da Agência de Investigação Interna da Embaixada dos Estados Unidos.
De acordo com a corporação, entre dezembro de 2023 e agosto de 2024, já foram cumpridos 1.291 mandados de prisão de abusadores sexuais que estavam pendentes.
Grooming
A delegada Rafaella Parca, coordenadora da divisão de repressão a crimes cibernéticos relacionados a abuso infantil da Polícia Federal, diz que a operação confirmou que os criminosos tem se utilizado cada vez mais de uma prática conhecida como grooming.
Segundo a delegada, a prática consiste em:
- criar perfis falsos em redes sociais;
- estudar o perfil das vítimas e dos familiares que, às vezes, colocam informações sensíveis em rede sociais;
- com as informações coletadas, se aproximar das crianças com histórias falsas;
- trocar informações e conversas com as crianças para ganhar confiança da vítima e pedir para que lhe enviem fotos de cunho sexual;
- ameaçar para que as crianças continuem produzindo os conteúdos.
Parca afirma que a prática também é considerada como estupro virtual.