Alisson Rodrigues dos Santos, de 29 anos, disse que, no dia em que foi preso, estava andando por uma das avenidas da cidade e indo até um cliente para realizar um orçamento, quando foi abordado.
O pedreiro Alisson Rodrigues dos Santos, de 29 anos, foi preso injustamente em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, pela segunda vez, por ter o mesmo nome que um criminoso procurado pela polícia. O caso ocorreu no dia 11 deste mês. Há cinco anos, Alisson passou nove dias preso em São José do Rio Preto (SP) após ter sido confundido com o mesmo criminoso, suspeito de tentativa de homicídio.
A reportagem procurou a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP-MT), mas ainda não obteve retorno.
Segundo Alisson, no dia em que foi preso, ele estava andando por uma das avenidas da cidade e indo até um cliente para realizar um orçamento, quando foi abordado por uma equipe policial.
“Os policiais começaram a me seguir e deram sinal para parar. Parei e já fui logo explicando que existe um criminoso procurado que tem o mesmo nome que eu”, contou.
Na abordagem, a vítima ainda disse que havia sido preso injustamente em outra ocasião, mas, mesmo assim foi encaminhado até a delegacia do município. Na unidade, os policiais confirmaram que os números dos documentos de identificação dele eram diferentes dos registros do homem procurado. Apesar da confirmação, ele só foi solto após o juiz determinar a soltura.
“Dormi na delegacia, não comi nada, porque já tinha passado o horário de servir o jantar, só bebi água. No dia 12 de março, me mandaram para a cadeia pública e lá também fiquei sem comer nada até às 11h. Aí pedi para ligar para a minha família e expliquei para os escrivães que era um erro”, relatou.
Alisson afirmou que está apenas com o alvará de soltura, pois aguarda a devolução dos documentos apreendidos.
“O que me deixa triste é que meus documentos sumiram e agora não tenho nem como comprovar que eu sou eu. Além disso, não tenho como sair da cidade, porque estou sem minha CNH e tenho que ficar andando com o alvará de soltura para todo lado”, pontuou.
Ainda de acordo com Alisson, no alvará de soltura consta o apelido ‘Lagoa’ que, segundo ele, seria o apelido do criminoso.
Primeira prisão
Em 2019, Alisson foi preso por ter sido confundido com o autor de um crime que ocorreu em Diamantino, a 229 km de Cuiabá. Na época, ele tinha acabado de se mudar para São José do Rio Preto (SP) para trabalhar e cursar a faculdade de Engenharia Civil.
Quando o caso veio a tona, o defensor público, Moacir Gonçalves Neto contou que Alisson foi preso porque houve uma pesquisa superficial por parte da equipe responsável pela busca do suspeito de tentativa de homicídio.
“Visualizamos as fotos dos ‘dois Alissons’ e constatamos que, de fato, o rapaz havia sido preso por engano. Ao olhar o processo, vimos que a qualificação indireta havia sido feita por meio de pesquisa superficial, sem observar que o Alisson que a polícia procurava já havia sido qualificado antes em outro procedimento”, explicou.
Durante a investigação policial, a vítima, por meio de fotografias, identificou os suspeitos de cometer o crime: P.I.M.A.S. e Alisson Rodrigues dos Santos, também conhecido como “Lagoa”.
Entretanto, os policiais não conseguiram localizar o suspeito Alisson no endereço fornecido e, seguindo ordens da autoridade policial, realizaram uma busca indireta na tentativa de encontrá-lo. Embora o acusado tenha sido identificado pelo nome, outros detalhes da identificação, como filiação e data de nascimento, não foram observados pelos policiais. Como resultado disso, o inocente foi detido durante uma abordagem policial.