A onça-pintada batizada de Ousado foi vista no último domingo (19) às margens de um rio com as patas machucadas. O animal virou símbolo do Pantanal depois de ser resgatado em 2020 com queimaduras de terceiro grau nas patas e outros problemas de saúde porque havia inalado muita fumaça devido ao incêndio que atingiu a região na época.
Segundo monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2020 foi o ano que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 1990. Ao todo, foram 4,5 milhões de hectares atingidos pelas chamas e 17 milhões de animais vertebrados mortos.
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Os pesquisadores procuraram por Ousado por três dias depois que um guia de turismo da região disse ter avistado a onça, no sábado (19). Eles usaram dados fornecidos pelo colar de identificação colocado nos mamíferos e mapearam a área.
O coordenador do ICMBio, Rogério Cunha, disse que Ousado foi visto em uma das praias que fazem margem com o rio, e que estava com as patas dianteiras inchadas e com leves ferimentos.
Segundo o coordenador, não tem nenhuma ferida grave, nada que comprometa a sobrevivência dele. O ferimento pode ser de caça, briga ou de uma queimadura. Apesar do ferimento, Ousado aparenta estar saudável, o que faz com que ele tenha ainda mais chances de se recuperar sem qualquer intervenção dos pesquisadores.
A recuperação do felino foi considerada satisfatória pelos pesquisadores e depois de um mês, ele foi solto na natureza.
Desde setembro, o Pantanal sofre uma onda de incêndios. O fogo já consumiu mais de um milhão de hectares do Pantanal neste ano, o triplo do registrado em 2022, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ).
Somente nos primeiros 15 dias de novembro, foram 3.024 focos, o pior registro para o mês na série histórica desde 2002.
Na quarta-feira (15), o incêndio invadiu a rodovia Transpantaneira, que liga o município de Poconé, a 104 km de Cuiabá, a Porto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul.
A estrada tem 150 km de extensão e é conhecida por ser um atrativo turístico da região. Ela cruza a maior planície alagável do planeta.
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