Carlos Alberto conseguiu, em novembro, o direito à prisão domiciliar, alegando problemas de saúde. O MP afirma que o laudo apresentado pela defesa de Carlos é de “confiança duvidosa”, já que os exames não dizem respeito à condição médica do acusado antes do crime e nem sobre o quadro de diabetes alegada.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) enviou uma petição com o pedido de revogação da prisão domiciliar de Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, nessa quarta-feira (21). Carlos é acusado de premeditar e assassinar a ex dele, Thays Machado, de 44 anos, e do namorado dela, Willian César Moreno, de 30 anos, em janeiro de 2023.
Carlos Alberto conseguiu, na Justiça, o direito à prisão domiciliar, em novembro de 2023, alegando problemas de saúde.
No pedido do MP, o promotor Jaime Romaquelli cita que o laudo médico apresentado pela defesa de Carlos é de “confiança duvidosa”, já que os exames não dizem respeito à condição médica do acusado antes do crime e nem sobre o quadro de diabetes alegada.
Na época do crime, a defesa de Bezerra alegou que ele estava passando por uma “neuropatia diabética”, o que provocava um “descompasso emocional”. Na decisão, a juíza esclareceu que esse sintoma é anterior ao crime.
“Além disso, a neuropatia diabética não gera agressividade, descontrole e nem violência capaz de levar a prática de feminicídio e homicídio qualificado”, disse.
Na terça-feira (20), a defesa apresentou um documento que pedia a prorrogação da prisão domiciliar para realização de cirurgia de cataratas.
“A permanência na prisão não trará nenhum prejuízo ao tratamento do réu, pois, conforme exposto no laudo juntado pela defesa, há necessidade apenas da realização de mais exames e consultas, além da cirurgia de cataratas, o que pode ser feito com o agendamento por parentes e acompanhamento por agentes do sistema prisional”, diz trecho da fala do promotor.
Além do pedido para revogar a prisão domiciliar, o promotor pede que seja mantida a prisão preventiva do acusado, concedida desde janeiro de 2023. Como justificativa, ele relembra o elevado número de casos de feminicídio registrados no estado de Mato Grosso e diz que medidas como a prisão preventiva ajudam a desencorajar os autores desse tipo de crime.
Relembre o caso
Thays e Willian foram assassinados em janeiro de 2023, em Cuiabá, no Bairro Alvorada. Na manhã anterior ao crime, Thays teria feito um boletim de ocorrência contra o principal suspeito, o ex- namorado Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do deputado federal por Mato Grosso Carlos Bezerra (MDB).
O crime aconteceu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe para buscar o namorado no aeroporto. Câmeras de segurança registraram as vítimas caminhando juntas momentos antes de serem assassinadas.
De acordo com o delegado Marcel, o acusado premeditou o assassinato e agiu por ciúmes, sendo motivado pela “emoção de vê-la se relacionando com outro homem”.
De acordo com o delegado, familiares de Thays foram ouvidos e afirmaram que o suspeito era “extremamente ciumento e possessivo”. Ele e a vítima mantinham um relacionamento há alguns anos, entre idas e vindas. O término mais recente ocorreu há cerca de 45 dias e ela estava com o novo namorado há menos de um mês.
Após empreender fuga, Carlos foi detido pela polícia em flagrante. Ele passou por audiência de custódia, na qual teve a prisão convertida para preventiva e, em seguida, foi encaminhado para a Penitenciária Central do Estado (PCE), na capital.
A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele e encontrou várias provas que corroboram a versão de que ele premeditou o crime.