Mortes em confrontos policiais aumentam em 121% em MT, diz pesquisa

Mato Grosso teve um aumento de 121% em mortes por intervenção de agente do Estado em 2023, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT). O levantamento é de janeiro a outubro e compara o mesmo período do ano anterior.

Em 2022 foram registradas 87 mortes, já neste ano foram 192. Em todo ano de 2022 foram 109 mortes no estado.

Em nota, a Sesp informou que oferece capacitação permanente aos policiais e segue procedimentos operacionais padronizados nas abordagens dos suspeitos

“O aumento da atividade policial ocasionou mais patrulhamento, a diminuição do tempo-resposta e consequente enfrentamento da criminalidade. Sendo assim, houve mais confronto das forças de segurança por enfrentamento por parte dos criminosos”, disse a Secretaria.

A cidade que registrou o maior número de mortes por intervenção da polícia foi Cuiabá, que neste ano registrou 26 casos.

Em seguida, aparecem empatadas, Sorriso e Várzea Grande, que tiveram 14. Logo em seguida vem Sinop, com 10 mortes. E depois Barra do Bugres, que registou 9 casos.

Ao todo, até outubro de 2023, 57 municípios de Mato Grosso, entre os 142 existentes, registraram ao menos uma morte por intervenção do estado.

Casos recentes em Mato Grosso

Três homens e duas mulheres morreram durante um confronto com a Polícia Militar no dia 27 de outubro, em Rosário Oeste, a 133 km de Cuiabá. Um outro homem conseguiu pular o muro e fugiu, ele já foi identificado e está sendo procurado.

Segundo a polícia, as cinco vítimas eram suspeitas de participar de um assalto em uma fazenda quando teriam levado uma caminhonete, objetos eletrônicos e armas de fogo.

Em outro caso, dois suspeitos identificados como Deived Rodrigues Mardim e Richard Gustavo Oliveira Camargo, ambos de 19 anos, morreram durante um confronto com a Polícia Militar, no dia 8 de outubro, em Cuiabá.

Especialista avalia mortes

 

A antropóloga, professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jacqueline Muniz, ressaltou que o aumento da letalidade policial não pode ser explicada devido ao crescimento da criminalidade violenta ou do fortalecimento do crime organizado.

Além disso, Jacqueline reforçou que o aumento de mortes por intervenção de agente do estado deveria acender um alerta no Governo Estadual, para que busquem elementos que resolvam a situação.

A especialista explica que o suspeito é quem poderia contribuir com as investigações e revelar como o crime funciona. Por isso, na avaliação dela, a morte dos suspeitos, na verdade, acaba prestando um serviço ao crime organizado.

O Noroeste

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