Ao todo, os agentes conseguiram resgatar cerca de 40 vítimas em áreas de difícil acesso. Até o momento, o estado contabiliza 169 pessoas mortas.
Militares do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) de Mato Grosso retornaram nesta semana para o estado após 23 dias atuando nas ações de busca e resgate de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Já a equipe do Corpo de Bombeiros encerra os trabalhos na região nesta quinta-feira (30) e voltam para Mato Grosso no dia seguinte.
Conforme a Defesa Civil, 169 pessoas foram mortas, 44 estão desaparecidas e 629,2 mil foram expulsas de casa.
“Uma senhora estava com os três netinhos, um deles é autista e ele ficou com medo do barulho do helicóptero. Então eu dei um protetor auricular para ele para ele poder sair. Quando envolve criança, afeta demais a gente, mas nós tínhamos que mostrar força“, contou o Sargento Jefferson dos Santos, emocionado.
Para o capitão Lucas Moraes Callegario, um dos momentos mais marcantes foi durante uma ação em um condomínio onde os moradores já estavam ilhados há 7 dias. Segundo ele, no dia seguinte, toda a área ficou alagada e, caso eles esperassem mais, não seria possível realizar o resgate.
“A gente treina numa carreira inteira para estar apto a atuar de fato em momentos como esse, né? E foi um sucesso, a gente não teve nenhum problema a operacional. Então a gente fica muito orgulhoso”, relatou.
Ao todo, os agentes resgataram 40 vítimas das enchentes em áreas de difícil acesso, além de seis animais. Além disso, foram feitos 15 voos para transporte de suprimentos.
Outros resgates
Um bebê com 20 dias de vida, a mãe dele e outras seis pessoas da mesma família foram resgatadas no dia 10 de maio, por bombeiros de Mato Grosso, após ficarem ilhados em uma casa na cidade de Pelotas, em meio aos temporais.
No dia 7 do mesmo mês os militares também resgataram um homem e um cachorro em cima de um colchão inflável que estava à deriva na lama e em meio aos destroços.
Segundo os bombeiros, o homem estava tentando ir para casa caminhando, com a água na altura do peito, quando encontrou um colchão inflável e conseguiu subir. No caminho, achou o cachorro que estava quase se afogando.
Entenda o que acontece no Rio Grande do Sul
A chuva que persiste há mais de um mês e colocou o estado inteiro em situação de calamidade e deve continuar pelos próximos dias, causando mais estragos. O número de mortos já chega a 83 e dezenas de pessoas estão desaparecidas em meio às cheias, segundo a Defesa Civil.
O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
Os meteorologistas explicam que a catástrofe é resultado de pelo menos três fenômenos que afetam a região e foram agravados pelas mudanças no clima. E a tendência é de piora por conta da previsão de mais chuva.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.