Em viagem a Brasília para tratar sobre a situação de emergência causada pelas queimadas em Mato Grosso e outros estados, o governador Mauro Mendes (União) admitiu que o “tamanho do problema foi muito maior do que efetivamente nós planejamos”. O chefe do Executivo estadual também cobrou que medidas não sejam impostas aos estados, vindas de Brasília, mas que haja um trabalho colaborativo para colocar em prática as soluções.
Mauro participou de uma reunião na tarde desta quinta-feira (19) com representantes do governo federal, entre eles o ministro-chefe da Casa Civil Rui Costa, e de outros estados afetados pelas queimadas. Questionado sobre demora na mobilização para o combate ao problema, Mauro disse que não esperavam que a situação tomasse a proporção que tomou.
“No meu estado, nós tomamos providências com bastante antecedência. Começamos em janeiro e em março já tínhamos todo o planejamento em execução. Acredito que o governo federal e outros estados também fizeram isso. O que aconteceu, na prática, é que o tamanho do problema foi muito maior do que efetivamente nós nos planejamos”, disse.
Sobre a ajuda do governo federal, Mendes avaliou que servirá para prevenir que o mesmo cenário se repita em 2025, já que em 2024 este período deve terminar em cerca de 30 dias, com a chegada das chuvas. Além disso, disse que esta responsabilidade não é só dos governos.
“A responsabilidade ambiental tem previsão constitucional e é compartilhada entre todos os poderes e o cidadão também, todos nós somos responsáveis pelo meio ambiente. Neste momento nós estamos tendo um aumento acelerado dos focos de incêndio, por conta de que há um longo período de estiagem, altas temperaturas e ventos, mas nenhum incêndio começou naturalmente, alguma ação humana aconteceu. É exatamente essa a nossa tese, temos que desestimular ou inviabilizar que no próximo ano estas ações ocorram na mesma intensidade que aconteceram este ano”.
O governador voltou a defender penas mais duras para criminosos, neste caso para os responsáveis por crimes ambientais, e disse que as soluções não devem ser impostas pelo Governo Federal, que está distante dos locais.
“Já está mais do que comprovado que criar coisas aqui em Brasília ou somente a partir de Brasília, não funcionou e não tende a funcionar bem. Mas criarmos sinergias regionais, unidades descentralizadas para compartilhar estes recursos me parece sim que é um caminho que poderá levar a um resultado mais concreto”.
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