Trabalhos de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas realizaram 230 operações e emitiram mais de 3 mil autos de infração.
Somente neste ano, mais de R$ 1 bilhão em multas por crimes ambientais foram aplicadas em Mato Grosso, durante ações próprias e integradas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Os dados foram apresentados na reunião do Governo do Estado com Comitê Estratégico para o Combate do Desmatamento Ilegal, a Exploração Florestal Ilegal e aos Incêndios Florestais (CEDIF), nessa quinta-feira (19).
Os trabalhos de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas realizaram 230 operações, embargaram 205 mil hectares, atenderam 2.920 alertas e emitiram 3.236 autos de infração.
Entres os materiais apreendidos ao longo do ano, estão: 95 tratores, 4 retroescavadeiras, 58 motosserras, 67 esteiras, 17 escavadeiras, 57 caminhões, 20 motos, 18 dragas ou balsas, 103 motobombas ou motores estacionários e 14,75 mil m³ em madeira.
No início de setembro, um fazendeiro foi multado em R$ 50 milhões por ter causado um incêndio que devastou mais de 7.500 hectares de vegetação nativa do Pantanal, em Poconé, a 103 km de Cuiabá. A área destruída equivale a 10,5 mil campos oficiais de futebol.
O valor da multa aplicada foi estabelecida com base na dimensão do território impactado, a severidade dos prejuízos e o valor por hectare previsto na legislação para esse tipo de infração.
As ações fazem parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Incêndios Florestais (PPCDIF), que é elaborado todo ano visando prevenção, combate e responsabilização das infrações ambientais.
O Batalhão de Emergências Ambientais alerta que, apesar de estarem preparados para atender as ocorrências, é importante que a população se conscientize sobre a prática criminosa de atear fogo em áreas de vegetação.
Estado que mais queima
De janeiro até esta sexta-feira (20), Mato Grosso registrou mais de 2,6 mil focos de queimadas, o que coloca o estado em 1° lugar no ranking dos que mais queimaram no Brasil, neste ano, conforme dados do Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somente em agosto, foram contabilizados mais de 14,6 mil focos, superando os números somados de janeiro a julho deste ano.
De acordo com o Inpe, o número de focos de incêndio registrados no período de 1º a 30 de agosto de 2024 foi o maior índice para este mês nos últimos dez anos no estado. O cenário se combina com uma estiagem severa, que também atinge outras partes do país já é maior seca da história, segundo o Cemaden.