O Pantanal é um bioma adaptado ao fogo e se recupera em ciclos, mas a atividade humana é a principal causa dos incêndios na região, representando cerca de 84%. A segunda maior causa é por meios naturais, representando 16%, de acordo com a pesquisadora do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Renata Libonati.
Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de janeiro até esta sexta-feira (26), o Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, registrou 613 focos de queimadas. Em todo o estado de Mato Grosso, já são 3.971 focos de queimadas, ficando atrás apenas de Roraima (4.571). Os dois estados representam mais de 51% dos focos registrados no Brasil até agora.
🧑🏽Ações humanas: Sendo a maior parte das ocorrências, possuem a probabilidade de ligação com atividades agropastoris.
⚡Causas naturais: Representam a menor proporção, por incidência de raios no período de extrema seca.
Em áreas de conservação, a equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pretende prevenir a ações humanas inapropriadas como fogueiras feitas por turistas ou por pecuaristas.
“Não permitimos a realização de fogueiras por turistas. Já os pecuaristas e agricultores precisam de uma autorização para o uso de forma controlada para renovação da pastagem”, informou Cristian Niel Berlinck, biólogo e brigadista do ICMBio.
Conforme dados do estudo feito por Renata Libonati, os incêndios causados por raios representaram a menor porcentagem de fogo na região. No ano de 2012, o estudo identificou 42 mil incêndios, enquanto aconteceram 748 mil raios no bioma, o que significa que 5,6% dos raios evoluíram para focos de incêndio.
A maior parte dos incêndios que comprometeram mais de mil hectares do bioma não está relacionada com os raios, mas com humanos.
“Os casos mais frequentes são por cabos elétricos, queima de lixo e madeira de cercas de gado, uso de fogo durante a coleta de mel e até mesmo acidentes de carro e máquinas agrícolas danificadas”, explica.
O maior incêndio no bioma foi registrado em um período de seca, em 2020. Atualmente, o Pantanal registra uma seca ainda mais severa, segundo Christian.
Estudos informam que antes de acontecer o incêndio em 2020, o bioma passou pela maior seca registrada em 60 anos, por isso, o fogo na época foi responsável por destruir cerca de 4 milhões de hectares, o que significou 26% do bioma.
Com mais de 84% do território do Pantanal conservado, a região é a maior área úmida de vegetação natural no mundo, mas a combinação de alta temperatura, clima mais seco aumentou a possibilidade de inflamabilidade ao seu nível mais alto desde 1980.
O fogo não é considerado somente como emergência, mas também como forma de prevenção ás queimadas nas unidades de conservação. Com o Manejo integrado do fogo (MIF), o ICMBio realiza abordagens com fogo que traz benefícios para a fauna e flora da região.
Benefícios do fogo
🌼Nutrientes para plantas: As cinzas disponibilizam de nutrientes que possibilitam a rebrota e floração das plantas
“Após queima feita pelas equipes de conservação, as cinzas que ficam são ricas em nutrientes que são incorporadas no solo por conta da umidade noturna , que pode chegar a 80% e levam elas para as camadas profundas do solo onde as raízes absorvem”, disse o analista ambiental do ICMBio, Luiz Gustavo Gonçalves.
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