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Mais de 46 mil estudantes da UFMT e do IFMT já foram afetados desde anúncio de greve

Mais de 46 mil estudantes e alunos do Instituto Federal (IFMT) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) já foram afetados desde que as instituições entraram em greve por tempo indeterminado. De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), 30% das atividades de assistência médica e hospitalar continuaram em funcionamento no período de suspensão.

O Comando de Greve dos docentes da UFMT protocolou, na última quinta-feira (23), um ofício denunciando uma publicação da administração do Restaurante Universitário (RU) que afirma que a greve docente pode afetar o funcionamento do local. A denúncia argumenta que a declaração é politicamente motivada, sem veracidade ou respaldo jurídico, caracterizando uma “chantagem raquítica”.

Segundo o coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Ivo da Silva, o objetivo da paralisação é aumentar o salário dos professores e a verba orçamentária dos institutos, que é realizada pelo Governo Federal.

Greve de professores e funcionários

 

No dia 8 de abril, os funcionários técnico-administrativos de 14 campi do IFMT entraram em greve por tempo indeterminado. Há 10 dias, os professores da UFMT se juntaram aos servidores do instituto e divulgaram a suspensão das atividades dentro da universidade, também sem previsão de término. Já os docentes da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) anunciaram a aprovação da greve na última quinta-feira (23), que terá início a partir de 3 de junho.

Saiba o que a categoria reivindica:

  • Reestruturação de carreira;
  • Recomposição salarial e orçamentária;
  • Revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro;

 

De acordo com a Associação dos Docentes da UFMT, o Governo Federal não avançou no diálogo sobre a pauta da categoria, que é reivindicada desde janeiro de 2023.

O que diz o governo

 

Os Ministérios da Educação (MEC) e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informaram apresentaram uma nova proposta para os docentes de institutos e universidades federais. Os aumentos de salário vão de 23% a 43% até 2026, considerando o reajuste de 9% já garantido em 2023 pelo governo Lula, depois de seis anos sem reajuste.

Dessa forma, o salário inicial de um docente passaria de R$ 9.916 (salário em abril de 2023) para R$ 13.753. Já o salário para professor titular, no topo da carreira, iria de R$ 20.530 (abril de 2023) para R$ 26.326.

“A proposta apresentada prevê pagamento do reajuste em duas parcelas: janeiro de 2025 e maio de 2026. Prevê, ainda, uma reestruturação de classes e padrões da carreira docente, com destaque para a aglutinação das classes iniciais. Isso vai garantir reajuste maior na entrada e maior atratividade.

Os steps de progressão passariam de 4% para 4,5% em 2025; e para 5% em 2026. O padrão C1 passa de 5,5% para 6%. O controle de ponto e frequência seria padronizado entre professores do magistério superior e professores do ensino básico, técnico e tecnológico (EBTT)”, diz.

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