Mais de 13 mil hectares foram desmatados na Terra Indígena Kawahiva (MT) em 14 anos, diz Funai

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Cerca de 13,7 mil hectares já foram desmatados da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, na Terra Indígena Kawahiva do Rio Prado, em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá. Segundo um levantamento divulgado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a área foi invadida, pela primeira vez, em 2008 e, desde então, intrusos permanecem no local explorando madeira de forma ilegal.

Nessa quarta-feira (13), a Defensoria Pública da União (DPU) pediu ao governo de Mato Grosso para que retire imediatamente os invasores que desmatam e exploram madeira ilegal na Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo.

O g1 procurou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), mas, até a última atualização desta reportagem, não houve retorno.

Consta no documento que, somente em 2020, mais de 3,8 mil hectares da reserva foram desmatados. Segundo a Funai, a Sema-MT embargou cerca de quatro mil hectares e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) outros seis mil hectares.

A Fundação informou que já foi discutida a necessidade de operação com destruição de maquinários, já que a retirada dos equipamentos não será fácil. Multas por sensores também serão utilizados para regularizar o território. Durante reunião com a promotoria de Justiça, a Funai ressaltou que a polícia deve ficar no local permanentemente, a fim de manter a segurança.

Ainda conforme a pesquisa, foi criado um grupo de trabalho para possibilitar o cumprimento das notificações realizadas e já vencidas na reserva. A proposta da ação é instalar um ponto contínuo na Rodovia 206 para que haja controle estatal, impedindo a entrada de pessoas e saída de materiais, como madeiras, além de disponibilizar uma base no local com oito policiais plantonistas, com troca a cada 15 dias, por seis meses.

A promotoria ainda enfatizou a importância de dar prioridade aos assuntos ligados a invasão, desmatamentos e extrações ilegais de madeira. Segundo a Justiça, é necessário que aconteça a desintrusão das florestas públicas. De acordo com o documento, será instaurado um inquérito policial na Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) para identificar se há organização criminosa envolvida no desmate ilegal.

Outras invasões

 

Em 2018, o mesmo território foi ocupado por um grupo de invasores que chegou a construir casas no local. Eles foram retirados depois de uma ação do Ibama.

No ano passado, a Força Nacional de Segurança Pública foi mobilizada para proteger o povo Kawahiva e, também, o povo Piripkura. Na ocasião, os indígenas eram pressionados por madeireiros e grileiros.

A área foi declarada de posse permanente do povo Kawahiva, que vive isolado na região, no dia 20 de abril de 2016, pelo Ministério da Justiça. Mesmo assim, a terra continua sendo invadida.

*Sob supervisão de Kessillen Lopes

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O Noroeste

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