Mais de 100 pessoas morreram afogadas nos primeiros 10 meses deste ano, segundo um levantamento do Corpo de Bombeiros. O número representa 98% do total de afogamentos registrados no estado e foi calculado com base em um levantamento realizado em locais de banho, como rios e cachoeiras, em Mato Grosso.
De janeiro a outubro, 109 pessoas se afogaram e, deste número, 107 morreram e apenas duas vítimas sobreviveram, conforme dados divulgados pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Rafael Ribeiro Marcondes, contou que uma das principais causas de afogamentos é a negligência quanto às regras básicas de segurança, por parte da população. Segundo ele, o consumo de bebida alcoólica, a imprudência ao desafiar limites na água e a falta de atenção, especialmente em locais de recreação, como rios e cachoeiras, são fatores determinantes para esse tipo de acidente.
“A maioria dos afogamentos se dá em locais recreação, onde as pessoas acabam se desafiando na água, fazendo travessias e tentando coisas inusitadas. Nisso, elas acabam se afogando. Isso decorre muito em razão do envolvimento com bebida alcoólica e descuido em áreas de risco”, contou.
Além disso, o tenente disse ainda que os pontos de maior risco para afogamentos em Mato Grosso geralmente são áreas de banho em rios, corredeiras e locais de grande movimento, como praias e regiões próximas a festivais. Ele destacou que, embora essas áreas sejam monitoradas durante as operações do Corpo de Bombeiros, grande parte dos afogamentos ocorre em propriedades particulares, como chácaras, açudes e pesqueiros, onde há menos controle e medidas preventivas.
“Os incidentes ocorrem, normalmente, em áreas privadas e dispersas, o que dificulta a aplicação de ações preventivas. Quando identificamos locais de maior concentração, conseguimos reduzir os riscos por meio de sinalização e presença das equipes, como ocorreu este ano”, explicou.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, durante todo o ano de 2023, foram registrados 170 afogamentos no estado. Cuiabá é a cidade com maior número de ocorrências. De janeiro a outubro deste ano, foram 19 registros, já durante todo o ano passado, tiveram 24 afogamentos nas águas do rio da capital. Os municípios que mais registram afogamentos este ano, foram:
O tenente Rafael também destacou a importância de se tomar medidas preventivas para evitar afogamentos em rios e piscinas. Segundo ele, os banhistas devem evitar consumir bebidas alcoólicas durante atividades recreativas em locais de banho e sempre manter atenção redobrada, especialmente com crianças (veja abaixo algumas dicas e cuidados para tomar durante banhos em rios e até piscinas).
Segundo Rafael, a prevenção começa com a conscientização dos riscos e o respeito às medidas de segurança em locais de banho. Ele destacou a necessidade de conhecer as condições dos rios e piscinas antes de entrar na água e de evitar ultrapassar profundidades seguras, especialmente em áreas sem monitoramento.
Como evitar um possível afogamento:
No dia 3 de novembro, o Corpo de Bombeiros localizou o corpo de um jovem de 19 anos, que havia desaparecido no rio Cuiabá, no dia anterior.
Mergulhadores trabalharam nas buscas durante dois dias, até encontrar o corpo da vítima próximo às margens do rio.
No mesmo dia, equipes encontraram o corpo de um homem de 29 anos no rio Juruena, em Nova Bandeirantes, a 980 km da capital, próximo a uma região de garimpo.
No dia seguinte, outro resgate foi realizado no rio Braço do Norte, em Novo Mundo, a 791 km de Cuiabá. De acordo com testemunhas, a vítima afundou enquanto tomava banho e não retornou mais para a superfície.
No dia 21 deste mês, uma mulher de 21 anos foi vítima de afogamento no rio Teles Pires, na zona rural de Sinop, a 503 km de Cuiabá.
Uma testemunha relatou que a vítima pulou de uma plataforma flutuante em direção ao rio, emergiu brevemente com os braços para cima e, em seguida, afundou, não sendo mais vista. O corpo foi encontrado pela equipe de busca a aproximadamente 6 km do local onde ela foi vista pela última vez.
O caso mais recente, ocorreu no último dia 28, em São José do Rio Claro, a 325 km da capital. O corpo de um homem de 40 anos foi localizado após dois dias desaparecido, desde que havia mergulhado no rio Arinos durante a noite.
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