No dia 18 de março de 1974, o Rio Cuiabá atingiu 10,87 metros depois de fortes chuvas, que protagonizaram a maior enchente da capital mato-grossense. Após 50 anos, a tragédia ainda é lembrança para os cuiabanos.
Segundo a Defesa Civil estadual, à época, 24 mil pessoas ficaram desabrigadas após a água invadir casas e regiões. A força da água foi tão grande que inundou e fez desaparecer até alguns bairros ribeirinhos como Barcelos, Várzea Ana Poupino e o Bairro Terceiro.
O servidor público aposentado Paulo Roberto dos Santos era morador do Bairro Terceiro e conta como a diversidade do local foi perdida após a região ser interditada pela enchente, e cerca de 7 mil pessoas deixarem suas casas para ocuparem abrigos na cidade.
“O bairro tinha um clube, um Cordão da Mocidade, dois campos de futebol de que saíram vários jogadores profissionais de Mato Grosso, tínhamos duas escolas, duas igrejas, tínhamos até a Praia de Cuiabá, que era a Praia de Seu Antônio Ribeiro, cheia de peixes”, lembra.
O Bairro Novo Terceiro e Grande Terceiro foram construídos para receberem a comunidade desabrigada atingida pela enchente. As famílias receberam indenizações e casas para morar, mas, que de acordo com as famílias, não foram suficientes.
“As indenizações foram muito injustas. Meu pai tinha três casas, um terreno muito maior do que este que moramos. Na época, indenizaram oitocentos mil cruzeiros”, diz Paulo.
“Nos jornais é possível a gente acompanhar o dia a dia da enchente, que teve uma proporção tão grande que trouxe o ministro do interior da época para a capital para tomar ações que o estado deveria encaminhar, como também podemos ver como os moradores estavam lidando com essa situação”, diz.
A situação de calamidade pública não foi apenas em Cuiabá. O caos também atingiu Várzea Grande, região metropolitana, e outros seis municípios ribeirinhos abastecidos pelo Rio Cuiabá.
Após a enchente e desapropriação, o cais na beira do Rio Cuiabá é o único lugar do Bairro Velho Terceiro que permanece até os dias de hoje e virou local símbolo do que foi um dia a comunidade que viveu na região.
A fim de contar a história da tragédia, o escritor Antônio Soares Gomes escreveu o livro “Águas de Março”, que relembra os desafios vividos pela população cuiabana.
“Muita gente só ouviu falar da enchente, mas não conhece as desgraças, os malefícios que essa enchente trouxe para a população que viveu lá naquela época, que não queria sair dali e que foi arrancada de lá, não podemos romantizar isso”, conclui.
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