Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra dois desembargadores de Mato Grosso, afastados do cargo em agosto, sob suspeita venda de sentenças.
O lobista e empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, investigado por ser o intermediário no esquema de venda de sentenças, foi preso na Operação Sisamnes, em Cuiabá, nesta terça-feira (26). A Polícia Federal também cumpriu 23 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal.
A reportagem entrou em contato com a defesa do empresário, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Durante a manhã, a polícia vasculhou a casa de Andreson e dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, também investigados no esquema. Em agosto deste ano, mensagens no celular do advogado assassinado, Roberto Zampieri, levaram ao afastamento dos magistrados por suspeita de venda de decisões. O lobista seria um dos responsáveis por aproximar o advogado de Sebastião e João.
A polícia também fez buscas no escritório de Zampieri para cumprimento de mandado, em Cuiabá.
Ao todo, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva em Cuiabá e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
Conforme as investigações, o esquema envolve advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados. Também são investigadas negociações sobre o vazamento de informações sigilosas, como detalhes de operações policiais.
Neste mês, a defesa de Andreson pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para trancar a ação que investiga o lobista, mas o pedido foi negado.
PF cumpre mandados contra desembargadores investigados por suspeita de vendas de decisões judiciais em MT
Investigações
As investigações começaram quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) descobriu que os dois desembargadores mantinham uma amizade com o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano passado, e recebiam vantagens financeiras para julgarem recursos de acordo com os interesses do advogado.
O grupo pedia dinheiro para beneficiar partes de processos judiciais ilegalmente. Em seguida, emitia decisões favoráveis a esses “clientes”, ainda conforme investigações.
A Polícia Federal também investiga negociações ligadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.