🐆A onça-pintada batizada de Ousado foi vista no dia 17 de julho vencendo uma briga com um jacaré, às margens de um rio no Parque Estadual Encontro das Águas, em Poconé, a 104 km de Cuiabá. O registro foi feito pelo guia de turismo Branco Arruda, que acompanha o animal há cerca de 4 anos e conta que o felino tem uma forma “única” de caçar. (video abaixo)
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De pelagem amarelo-dourada e com padrões únicos de rosetas pelo corpo, a onça-pintada é conhecida como a ‘rainha do Pantanal’ e controla as populações de presas e equilíbrio dos ecossistemas. Ousado é um desses animais que chamam a atenção no bioma.
“Ele [ousado] tem um jeito de caçar o jacaré diferente de outras onças. Ele vem até certo ponto, mergulha e vai de encontro com o jacaré de frente e as outras onças não fazem isso, elas pulam por cima do jacaré”, explicou.
Ousado virou símbolo do Pantanal depois de ser resgatado em 2020 com queimaduras de terceiro grau nas patas e outros problemas de saúde porque havia inalado muita fumaça devido ao incêndio que atingiu a região na época.
🐾As onças-pintadas tem uma técnica diferente dos outros felinos para caçar suas presas. Diferente dos outros felinos que mordem o pescoço, sufocando a presa, as onças geralmente mordem o animal na base do crânio, na parte de trás do pescoço.
De acordo com o guia de turismo, mesmo que o Ousado tenha sofrido com as patas queimadas, a cena presenciada tem se tornado mais comum.
“Ele está ativo e 100%! Já flagrei ele caçando, correndo e saltando e se recuperou bem dos incêndios em que queimou as patas”, diz.
Ousado foi resgatado em setembro de 2020 com queimaduras de terceiro grau nas patas devido ao incêndio que atingiu a região à época. A onça macho recebeu um tratamento à base de células-tronco no Instituto Nex, em Corumbá de Goiás.
A recuperação do felino foi considerada satisfatória pelos pesquisadores e depois de um mês, ele foi solto na natureza.
Em 2021, Ousado apareceu nos registros fotográficos recuperado e descansando.
O Pantanal é a casa das maiores onças-pintadas do mundo. Tradicionalmente, as onças são batizadas pelo primeiro fotógrafo que registra um momento do animal. No bioma, uma onça-pintada macho pode atingir 150 kg, enquanto a fêmea pode chegar a 110 kg.
📍O mapeamento das onças é feito através das rosetas, que são as pintas das onças. Elas funcionam como uma espécie de “impressão digital” destes animais. Cada uma delas tem a sua marca única e, assim, elas são batizadas com o nome e todas as suas informações vão sendo armazenadas.
Segundo o biólogo Marcos Ardevino, as onças-pintadas já são vistas diversas vezes comendo animais mortos como peixes, sucuris, jacarés e às vezes até bois que morrem afogados.
O Parque Estadual Encontro das Águas contempla o maior número de onças-pintadas, com uma extensão de 108 mil hectares. Os turistas podem passear de barco pelo bioma ao mesmo tempo em que fazem o monitoramento das onças de forma voluntária através de fotos e vídeos de diferentes aparições dos felinos.
Aliado ao ecoturismo, os guias orientam que o melhor momento para se deparar com os animais acontece entre os meses de julho e final de setembro, quando começa o período da seca, o que faz com que os felinos procurem água e, com isso, ficam expostos às margens dos rios, sendo possível vê-los de uma distância segura.
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