O advogado de defesa do investigado disse que ele teve a prisão substituída por medidas cautelares diversas, como a tornozeleira eletrônica.
O suposto mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, em Cuiabá, foi solto com medidas restritivas após passar por uma audiência de custódia, realizada na tarde desta segunda-feira (11), cerca de oito horas após ter o pedido de prisão temporária determinado pela Justiça.
Ele havia sido preso pela Polícia Civil, também nesta segunda, depois de se apresentar na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O crime ocorreu em dezembro do ano passado.
O advogado de defesa do investigado disse que ele teve a prisão substituída por medidas cautelares diversas, como a tornozeleira eletrônica.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informou que o processo corre em segredo de Justiça, mas que o suspeito passou por audiência de custódia. Já o o delegado responsável pelo caso, Nelson Farias, não quis comentar sobre o ocorrido.
Outras três pessoas permanecem presas e foram indiciadas pela Polícia Civil pelo homicídio do advogado, são elas:
- Antônio Gomes da Silva – suposto atirador
- Hedilerson Barbosa – suposto intermediador, auxiliar do atirador e dono da pistola 9mm usada no assassinato
- Etevaldo Luiz Caçadini – suposto financiador
Relembre o caso
O advogado Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros dentro do próprio carro em frente ao escritório. Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. Ele foi surpreendido por um homem de boné, que disparou pelo vidro do passageiro, e fugiu em seguida.
As equipes de socorro médico foram até o local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. O suspeito chegou a ficar cerca de uma hora aguardando a vítima sair do local.
De acordo com o delegado, o atirador utilizou uma caixa revestida com saco plástico para esconder a arma do crime, e que o objeto também pode ter sido usado para abafar o som dos disparos.
Dinâmica do crime
Segundo as investigações, o suposto executor (Antônio Gomes) foi contratado pelo valor de R$ 40 mil. Já o intermediário (Hedilerson Barbosa), despachou uma pistola calibre 9 mm, registrada no próprio nome, para Cuiabá, no dia 5 de dezembro, mesma data do crime.
O encontro entre o intermediador e o executor para entrega da arma ocorreu em um hotel, onde os dois ficaram hospedados na capital mato-grossense, ainda conforme investigações.
Antônio Gomes teria ido até o escritório do advogado um dia antes de cometer o crime. Além disso, ele teria vigiado a vítima por 30 dias antes do assassinato.
O coronel do Exército Brasileiro Etevaldo Luiz Caçadini foi preso, suspeito de financiar a morte do advogado, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
O suspeito de atirar contra o advogado foi preso no dia 20 de dezembro, no município de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o delegado, o homem confessou que atirou contra Roberto.
Já o suspeito de ser o intermediário foi preso dois dias depois, também em Belo Horizonte.
Desiste de indiciar empresária
O delegado Nilson Farias desistiu de indiciar a empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, que, segundo as investigações era investigada de ter ordenado o assassinato do advogado. O comunicado foi feito pela polícia, após o depoimento do coronel do exército preso suspeito de financiar o crime.
Segundo o delegado, não existem provas de que a empresária tenha encomendando o assassinato. Maria Angélica foi presa no dia 20 de dezembro, em Patos de Minas (MG), mas conseguiu liberdade após decisão da Justiça no dia 18 de janeiro.