A jovem Cristina Luzia da Silva, de 24 anos, nasceu com glaucoma congênito e perdeu a visão aos 8 anos. Desde então, ela só enxerga sombras e alguns vestígios de luminosidade, além de sentir fortes dores devido à pressão ocular.
Cristina é moradora de Carlinda, a 724 km de Cuiabá, mas se mudou para a capital no início de fevereiro, após decidir por um tratamento de cessar as dores: retirar os olhos e substituí-los com próteses de vidro. Segundo a jovem, essa é a melhor solução para o problema, de acordo com os diagnósticos médicos, já que o sistema público de saúde só cobriria a troca, caso ela tivesse perda total da visão.
“Como o glaucoma é congênito, não tem cura. Uso colírios e remédios como morfina a vida toda, mas dói muito. Já me considero cega, então é melhor ser cega sem dores, do que com dores”, desabafou.
A jovem contou que encontrou apoio dos pais de uma amiga, que lhe ofereceram um lugar para ficar na capital enquanto aguarda pela cirurgia. As dores impossibilitaram Cristina de estudar para passar em uma faculdade. Agora, ela iniciou uma campanha nas redes sociais para conseguir arrecadar dinheiro para o tratamento.
Ao todo, a remoção e substituição dos olhos custa em torno de R$ 20 mil, com exames no valor de R$ 5 mil de entrada para o tratamento e R$ 4 mil para a retirada de cada globo ocular, além dos custos com medicamentos e curativos.
Cristina, com a ajuda de familiares e amigos, criou vaquinhas e rifas nas redes sociais. A jovem deve ficar em Cuiabá até o dia 27/02 para realizar o procedimento de retirada de um globo ocular.
“Todo o tratamento demora. Vou retirar o globo ocular e esperar pela cicatrização até conseguir arrecadar o dinheiro para retirar o outro globo ocular. Só depois de todo o processo de retirada dos dois olhos é que as próteses de vidro serão colocadas”, explicou.
Mesmo com as dificuldades, a jovem tem o sonho de cursar jornalismo e trabalhar na área de comunicação, após o tratamento. Como hobby, Cristina toca saxofone desde pequena e não esconde o amor pela música.
“Quero inspirar outras pessoas e despertar capacidade nelas, que talvez nem saibam que possuem. Uma pessoa com deficiência, olhando para outra que já está atuando na área, serve de exemplo. As nossas atitudes, as nossas ações e conquistas servem para que outras pessoas com deficiência possam enxergar capacidade nelas mesmas”, ressaltou.
Glaucoma congênito é uma doença rara, hereditária, caracterizada pelo aumento da pressão intraocular em crianças portadoras de má formação nos olhos. Pode atingir apenas um ou os dois olhos e costuma estar associada a transtornos sistêmicos e síndromes.
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