O cantor e compositor João Carreiro, conhecido por propagar o som da viola caipira para os palcos, morreu nessa quarta-feira (3), aos 41 anos, em Campo Grande (MS), após não resistir a uma cirurgia para colocada de uma válvula no coração.
Natural de Cuiabá (MT), a trajetória do artista no mundo da música sertaneja começou ainda quando criança, ao ganhar um violão de presente do avô.
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Em entrevista à TV Centro América, em 2018, o artista contou que quando recebeu o presente ainda não sabia dividir a voz em primeiro ou segundo tom, mas após uma ‘puxada de orelha’ do avô, passou a se dedicar cada vez mais e aprender sobre música.
Quando mais velho, João passou a cantar em bares e festas universitárias em Cuiabá, mas o reconhecimento nacional veio mais tarde, quando formou dupla com o cantor Hilton Cesar Serafim, o Capataz.
Em 2009, a canção “Bruto, Rústico e Sistemático”, composta pela dupla, fez parte da trilha sonora da novela Paraíso, exibida pela Rede Globo. Já em 2011, foi a vez da canção “Xique Bacanizado” fazer parte da trilha sonora de outra novela da emissora, Araguaia.
Com músicas como “Faculdade da Pinga”, “Descartável”, “Eu só Sei te Amar” e “Ói Nóis Traveis”, os artistas apresentaram o estilo ‘sertanejo bruto’, com músicas calcadas no romantismo moderno, marcadas pela voz grave dos cantores e pelo som inconfundível da viola caipira.
A parceria com Capataz foi rompida em 2014, quando Carreiro se afastou dos palcos por problemas de saúde mental. O artista revelou que enfrentava uma depressão e sintomas de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Sobre o nome artístico escolhido, João relatou inúmeras vezes se tratar de uma homenagem ao ídolo, o também cantor e instrumentista Tião Carreiro (1934-1993).
Durante o segundo velório do artista, que foi realizado no Ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá, muitos amigos, familiares e fãs aproveitaram para prestar uma última homenagem ao artista.
Muito emocionada, a fã Milena Vivian, de 22 anos, que foi até o ginásio para prestar uma última homenagem ao ídolo, disse que tinha o artista como referência no universo da música sertaneja.
“Eu sou apaixonada pela viola caipira por conta dele, foi uma perda gigantesca. Eu trouxe um chapéu porque era o que mais me chamava atenção quando eu via ele, além da risada dele que era única”, disse Milena.
O jovem Mateus dos Santos, de 16 anos, que também foi ao velório de Carreiro, se diz um grande apaixonado pela música sertaneja raiz e levou consigo uma viola como forma de homenagem ao ídolo. Segundo ele, o artista foi uma das principais referências no despertar do interesse pela música.
“Estou muito triste, infelizmente nós perdemos uma grande estrela e referência da música raiz. De maneira nenhuma eu viria aqui e deixaria de trazer a viola”, disse.
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