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As áreas destruídas correspondem a cerca de 20 mil campos de futebol, sendo mais de 19 mil hectares destruídos somente no Parque Estadual Serra Ricardo Franco e 50 hectares no Parque Estadual Cristalino II.
Incêndios ainda sem identificação de causa avançam há cerca de 10 dias no Parque Estadual Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km de Cuiabá, e no Parque Estadual Cristalino II, entre Alta Floresta e Novo Mundo, a 800 e 791 km de Cuiabá, respectivamente. As áreas destruídas correspondem a cerca de 20 mil campos de futebol, sendo mais de 19 mil hectares destruídos somente no Serra Ricardo Franco e 50 hectares no Cristalino II.
Pesquisadores do Instituto Centro de Vida (ICV) informaram que o fogo no parque de Vila Bela teve início em 31 de agosto e, até essa segunda-feira (11), mais de 19 mil hectares já haviam sido queimados. Pelo monitoramento dos focos e das imagens, é possível ver o fogo muito próximo da cachoeira e cânion do Jatobá. (Veja vídeo acima)
Já no Parque Estadual Cristalino II o incêndio, que começou no sábado (9), já destruiu mais de 50 hectares de floresta até esta terça-feira (12). Dados de satélite mostram três frentes de fogo dentro da área que foi desmatada e queimada em 2022. As chamas ainda não foram controladas.
O Corpo de Bombeiros informou que equipes de combate foram enviadas para controlar as chamas nos locais atingidos. Já a Defesa Civil Estadual disse que o órgão não está atuando nas ações de combate aos incêndios florestais nos parques Ricardo Franco e Cristalino, pois, até o momento, os bombeiros não pediram apoio.
Segundo o coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do Instituto, Vinícius Silgueiro, as duas áreas atingidas são de grande importância para a conservação do estado e os incêndios terão impacto econômico no turismo.
“É fundamental que se controle, se coíba e que se apure as causas pelo uso do fogo de forma irregular. Estamos em um período proibitivo e esse fogo está ocorrendo em unidades de conservação responsáveis por espécies únicas e que só existem nesses locais”, explicou.
🦜Os parques
O Parque Estadual Serra de Ricardo Franco é uma das unidades de conservação estadual com maior potencial turístico de Mato Grosso. Ele foi criado em 1997 por meio do Decreto Estadual nº 1.796, mas ainda não foi efetivamente implantado.
Do total da unidade de conservação, cerca de 40 mil hectares já foram desmatados, sendo que 27 mil hectares foram desmatados antes da transformação da área em parque. A área de derrubada é alvo do incêndio.
São 158,6 mil hectares de extensão contendo em seu interior centenas de cachoeiras, piscinas cristalinas, vales e uma vegetação que reúne floresta Amazônica, o Cerrado e Pantanal, com espécies únicas de fauna e flora, algumas ainda desconhecidas da ciência.
O parque também abriga a cachoeira do Jatobá, a maior do estado e quarta maior do país, com 248 metros de queda.
Com 66 mil hectares, o Parque Estadual Cristalino II está localizado entre o Rio Teles Pires e a divisa com o Pará, no qual abrange os municípios de Novo Mundo e Alta Floresta. Além do fogo na região, o parque também estava no centro de uma disputa jurídica e política.
A Justiça havia decretado a extinção da unidade, mas o Ministério Público recorreu da decisão e alegou que não havia sido intimado e, assim, houve violação do Código de Processo Civil e da Constituição Federal.
Localizado em zona de vegetação, que transita entre savana e floresta amazônica, possui nascentes de águas puras e grande variedade de espécies da flora e da fauna de grande porte. Por essa razão, o local é considerado uma área prioritária na conservação da Amazônia.
Em 2022, parte da floresta foi consumida pelo fogo e animais foram carbonizados. Segundo uma estimativa do órgão de proteção ambiental feito em agosto de 2022, 3.950 hectares já foram consumidos pelo fogo, de acordo com análise de imagens do satélite Sentinel-2.
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