Obra anunciada pelo governo é o corte de parte do paredão para um novo traçado. Em 2023, a região foi palco de diversos episódios de desmoronamentos de blocos.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) emitiu, nesta sexta-feira (28), a licença ambiental que autoriza o Governo de Mato Grosso a dar início as obras de retaludamento no paredão do Portão do Inferno, na MT-251, rodovia que leva para o município de Chapada dos Guimarães, 70 km de Cuiabá.
Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) manifestou diretamente ao Ibama que estava de acordo com a autorização.
Ainda de acordo com a Sinfra, já foi feita uma licitação emergencial para execução da obra, orçada em R$ 29,5 milhões. Além disso, o contrato já foi assinado, assim como a ordem de serviço, e as obras devem começar em até cinco dias após a emissão da licença.
Em março deste ano, o governo propôs o retaludamento do morro do Portão do Inferno, que consiste na retirada do maciço rochoso da curva do paredão e a criação de taludes — uma série de cortes que funcionam como degraus para impedir os deslizamentos de terra.
De acordo com a proposta, a estrada será recuada em dez metros, evitando também a passagem de veículos sobre o viaduto que existe hoje no local.
🗻O que será feito?
Um dos engenheiros responsáveis pelo projeto, Wilian Lopes, explicou que retaludamento consiste na retirada do maciço rochoso na curva do Portão do Inferno e a criação de taludes, uma série de cortes, que funcionam como degraus para impedir os deslizamentos de terra. Com isso, a estrada será recuada em dez metros, evitando também a passagem sobre o viaduto que existe hoje no local.
Segundo ele, o projeto prevê um novo traçado para a rodovia no km 46, que é considerado um dos pontos mais críticos do trecho.
De acordo com Willian, com esse novo traçado, os motoristas que passarem pela curva estarão mais seguros.
🚩Risco de desmoronamento
Em 2023, a região foi palco de diversos episódios de desmoronamentos de blocos. Essas movimentações ocorrem há anos, no entanto, as ocorrências se intensificaram desde o começo do período chuvoso, em novembro do ano passado. Desde então, o local permanece com o tráfego de veículos prejudicado.
Segundo o professor de geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Caiubi Kuhn, o desprendimento ocorre porque as rochas que estão caindo na pista foram formadas há milhões de anos, quando o município era um grande deserto.
🏜️Ao g1, o pesquisador explicou que, com o passar do tempo, os grãos de areia se colaram e viraram pedregulhos. O professor contou que a erosão influenciou no processo de desintegração das rochas e, consequentemente, nos desabamentos.