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Luiz Antônio Rodrigo da Silva, de 49 anos, que se apresentava como médium, foi preso nesta quinta-feira (28), pela segunda vez, após seis novas denúncias chegarem até a delegacia de Cuiabá, que acompanha o caso.
A reportagem tentou contato com a defesa de Luiz Antônio, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.
De acordo com a Polícia Civil, o investigado já havia sido preso no dia 5 de setembro. Em depoimento, à época, ele negou as acusações. Por decisão da Justiça, foi solto um dia depois.
Durante uma entrevista à TV Centro América ele disse que as relações que ele tinha com as vítimas eram consensuais e que acredita que as acusações sejam planejadas.
Nesta semana, um novo mandado de prisão preventiva foi expedido pela Justiça com base na continuidade das investigações da Delegacia Especializada da Mulher. Segundo a polícia, após a primeira prisão, outras seis mulheres compareceram à delegacia para denunciar os abusos. Nos depoimentos, relataram que existem outras vítimas, que não tiveram coragem de denunciar.
Além da prisão nesta quinta-feira, também foi apreendido o celular do suposto médium, que será encaminhado para perícia e coleta de novos elementos de investigação.
Segundo as investigações, o suspeito utilizava a rede social Tik Tok para atrair as vítimas para sua “tenda religiosa”, prometendo amparo espiritual. No momento em que ficava a sós com a vítima, ele aproveitava para praticar os abusos sexuais, alegando que era o espírito encarnado que realizava as condutas.
A reportagem conversou com uma das vítimas, que não quis se identificar. Ela relatou que começou a frequentar o terreiro em maio de 2022. Em dezembro do mesmo ano, se mudou para o interior de Mato Grosso e passou a ir uma vez por mês ao local.
O caso teria acontecido no fim de abril deste ano, quando ela entrou em contato direto com o suposto médium, para que ele colocasse o nome dela na lista para receber o ‘passe’, nome dado a um processo de transmissão de energias por imposição das mãos. Ela contou que na época não estava bem e o homem pediu para que ela fosse no local mais cedo para contar o que estava acontecendo.
“Fui e quando ele me viu, me chamou para entrar na sala dos atendimentos particulares. Ele começou a dizer que eu estava tentando salvar todo mundo e que eu não ia aguentar porque sou fraca. Perguntei o que eu podia fazer para melhorar. Ele começou a mudar de assunto e disse que iria me contar uma coisa que não era para dizer para outras pessoas”, relatou.
Segundo a vítima, o homem pediu para que ela fechasse os olhos e perguntou se ela via uma casa bem simples em um sítio, com mato e cavalos.
“Eu falava que não conseguia ver e ele disse que estava nessa casa junto comigo. Depois, disse que eu era a mulher dele naquela vida e que eu perdi um filho e, por isso, eu ficava me culpando. Comecei a chorar e ele perguntou se podia me dar um abraço. Depois, segurou minha cabeça, puxou para perto, beijou meu rosto, a minha boca e se afastou. Ele sentou na cadeira com um sorriso no rosto e eu fiquei em pé congelada, não sabia o que estava acontecendo”, disse.
A jovem relatou que perguntou para o homem por que ele tinha feito aquilo e que ela não consentia com a situação. Ele teria respondido que fez porque quis. “Ele deu uma risada e disse que eu estava deixando o que precisava passar e que podia dar tudo o que eu queria”, disse.
A mulher disse que depois do ocorrido, ficou sabendo que algo parecido aconteceu com a cunhada dela e que depois foram surgindo outras vítimas. Segundo ela, o suspeito fazia da mesma forma, durante atendimento particular na sala, utilizando os mesmos argumentos de vidas passadas.
Segundo a vítima, o suspeito também questionava a orientação sexual dela, pois sabia que ela tinha uma namorada e a todo momento falava sobre o relacionamento.
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