Nelson Wolfred Shug Neto, de 36 anos, foi encontrado morto após ser visto discutindo pelo telefone com alguém. A investigação apurou que ele foi torturado e depois efetuaram os disparos contra a vítima.
Quatro homens que mataram Nelson Wolfred Shug Neto, de 36 anos, foram condenados a 104 anos de prisão por homicídio qualificado. A vítima é de São Paulo e veio para Cuiabá a trabalho. O tribunal do júri foi realizado na terça-feira (21), mas só foi divulgado nesta sexta-feira (24).
A vítima chegou na capital para trabalhar no dia 29 de dezembro de 2018 e estava desaparecida desde 15 de fevereiro de 2019. O corpo de Nelson foi encontrado há quase um mês despois do sumiço.
A somatória das penas chegam a 104 anos de prisão. Segundo a Polícia Civil, além dos quatro acusados, um adolescente também participou do crime torturando a vítima. Veja a sentença dos réus:
- Rodivan Oliveira Nazaré dos Santos foi condenado a 28 anos e 10 meses de prisão;
- Elivelton Donizete Nascimento da Silva a 25 anos e seis meses de prisão;
- Claudemir Alves Martins a 23 anos e oito meses de prisão;
- Eluízio de Souza Delgado a 26 anos de prisão.
Elivelton foi absolvido nos crimes de corrupção de menores e ocultação de cadáver.
Entenda o caso
Nelson Wolfred era natural de São Paulo e estava a trabalho em Cuiabá quando desapareceu, após ser visto discutindo pelo telefone com alguém. Depois, ele entrou em um carro e não foi mais visto.
O corpo de Nelson foi encontrado, no dia 8 de março, há quase um mês após o desaparecimento, no Bairro Santa Terezinha, local que seria conhecido como desova de uma facção criminosa. Ele foi localizado em uma cova rasa, com a cabeça decapitada, posicionada ao lado do corpo, e com uma corda amarrada no pulso de um dos braços.
Inicialmente, Nelson não foi identificado, pois estava sem documentos. O Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) auxiliou na identificação da vítima.
Colegas da empresa onde Nelson trabalhava haviam registrado o desaparecimento dele 15 dias antes da localização do corpo.
Após reunir evidências que possibilitaram a identificação dos autores, a Polícia Civil representou pelas prisões dos quatro investigados, que foram presos em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, em novembro de 2019.
A investigação apurou que o crime foi motivado por uma suposta rixa entre facções criminosas já que a vítima dizia pertencer a um grupo criminoso rival que ordenou o crime.
Segundo a polícia, os quatro condenados e um adolescente torturaram a vítima, depois desferiram socos e pauladas e fizeram os disparos. Eluízio, foi o responsável por fazer os disparos na cabeça de Nelson e o decapitar. Ele ainda confessou, à época da prisão, que exercia a função de ordenar a punição imposta pela organização criminosa.
O grupo foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, integrar organização criminosa, ocultação de cadáver e corrupção de menores.