Em entrevista nesta segunda-feira (29), o governador Mauro Mendes (União) citou que a Justiça bloqueou os bens do pecuarista Claudecy Oliveira Lemes para garantir o valor da multa de R$ 2,8 bilhões que foi aplicada. O pedido de prisão contra o fazendeiro não foi aceito e Mauro pontuou que desmatadores como este se apoiam na impunidade e na lentidão da Justiça para cometerem os crimes ambientais.
Claudecy é investigado por desmate químico no Pantanal Mato-Grossense, em áreas que totalizam 81 mil hectares. Em decisão recente, o juiz João Francisco Campos de Almeida manteve a decisão que negou o pedido de prisão contra o pecuarista por entender que não há nada irregular na decisão que deixou ele solto.
Nesta segunda-feira (29), em entrevista, o governador Mauro Mendes disse que o problema do Brasil não é a falta de leis, mas, sim, a capacidade de aplicá-las corretamente para inibir a criminalidade. Ele afirmou que criminosos, como no caso de Claudecy, se apoiam na impunidade.
“A impunidade no Brasil virou regra, as pessoas acham que vão conseguir se safar, que vai prescrever, porque durante muito tempo [existiu] e ainda existe ineficiência no setor público brasileiro, então as pessoas jogam com isso a seu favor”.
Ele disse que o pecuarista usou de estratégias diferentes para tentar burlar o sistema de fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e praticar desmatamento no Pantanal, mas no fim acabou sendo pego.
“Ele foi inteligente, ele não fez isso com trator de esteira, porque os nossos sistemas pegam em 24 horas qualquer desmatamento acima de um hectare, e o que ele fez? Usou aqueles produtos químicos […], alguns tipos de venenos que você aplica por avião e gradativamente vai matando as árvores. E matando as árvores abre espaço para a pastagem, que ele joga com avião também as sementes”.
Mendes citou que Claudecy foi autuado em R$ 2,8 bilhões por causa do crime ambiental e explicou que a fazenda dele não cobriria o valor da multa. Ele disse que, então, o Governo procurou a Justiça para pedir o bloqueio dos demais bens.
“A polícia foi lá, apreendeu avião, apreendeu máquina, só não prendeu o cara porque a lei brasileira não permite, o pedido de prisão foi feito, fizemos um auto de infração de R$ 2,8 bilhões. Na última sexta-feira agora, nós pedimos na Justiça e ela decretou o bloqueio de todos os bens dele, além dessa fazenda, para garantir o valor dessa multa, porque a fazenda não vale isso”.
Mauro voltou a defender o perdimento de terras para quem praticar desmatamento ilegal no Brasil, destacando que este crime causa muitos prejuízos à imagem do agronegócio brasileiro, afetando, assim, a nossa economia.