Presidente do União Brasil em Cuiabá, a deputada federal Gisela Simona, criticou integrantes da bancada federal de Mato Grosso que votaram contra a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
Durante entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real, canal 10), Gisela, que votou favorável a detenção, afirmou que seria incoerente se posicionar diferente, ainda mais por se tratar de um assassinato de uma mulher negra e que defendia algumas bandeiras semelhantes a que ela defende.
“Particularmente relativo ao meu voto tem uma bandeira de combate à violência contra as mulheres. Estamos tratando de um assassinato gravíssimo, de uma mulher negra, vereadora do Rio do Janeiro (RJ). Dentro desse cenário seria incoerente votar contra e lamento a decisão da maioria dos colegas”, disse nesta segunda-feira (11).
A declaração de Gisela é mais uma das inúmeras críticas que os deputados federais Abilio Brunini (PL), Coronel Assis (União), José Medeiros (PL), e as parlamentares Amália Barros (PL) e Coronel Fernanda (PL) vem sofrendo desde o fim da votação na Câmara.
Mais cedo a primeira-dama, Virginia Mendes, também se manifestou afirmando que o posicionamento dos parlamentares demonstra o machismo na sociedade brasileira. O apontamento inclusive atingiu o deputado federal coronel Assis, filiado do União Brasil.
Ao comentar sobre a polêmica, a congressista disse que houve uma pressão intensa no Congresso Nacional. Alguns deputados, como foi o caso de integrantes da bancada federal do PL, votaram contra a prisão sob o argumento que não haveria elementos para justificar a “prisão em flagrante” de Brazão.
Contudo, as investigações apontaram que Chiquinho estava obstruindo “atrapalhando as investigações”, o que é considerado um crime continuo e que isso sustentaria o flagrante.
“Houve uma pressão interna no Congresso sobre os argumentos da instituição, outro sobre as prerrogativas que os deputados tem. Porém, como cidadã eu vejo que, na verdade, essas prerrogativas nem deveria existir, já que somos iguais perante a lei”, disse.
Ao final, Gisela ainda afirmou que cada parlamentar terá que responder por seu posicionamento, mas apontou que é inevitável que a votação não seja vista de forma contraditória. Isso porque a maioria deles defende que “bandido bom, é bandido morto ou preso”.
“É muito difícil, mas cada parlamentar acaba votando de acordo com suas convicções. Ele tem que se justificar para os seus eleitores, eu prefiro não opinar diante dessa liberdade. Mas é contraditório, até mesmo porque até o PL coloca que ‘bandido bom é, bandido morto ou na cadeira’. Mas quando se trata de um parlamentar ou de uma mulher a gente não vê o mesmo posicionamento”, disse.
Outro lado
O deputado federal Coronel Assis se manifestou por meio de nota:
“Dediquei minha vida pessoal e profissional na defesa intransigente da lei. Como deputado federal, minha postura não vai mudar. Não vou permitir que a Constituição Federal seja desrespeitada mais uma vez e isso justifica meu voto contra a manutenção da prisão do deputado Brazão.
O devido processo legal precisa ser seguido ou, em breve, o Brasil poderá se tornar uma ditadura. Teses jurídicas não podem suplantar a Constituição Federal. Esse é o meu posicionamento.
Sim, houve um crime violento ocorrido há seis anos contra Marielle, e o STF não pode fundamentar suas decisões com base em emoções, esquecendo-se de que a Constituição Federal estabelece que é necessário haver flagrante de crime inafiançável para decretar a prisão contra um deputado.
A Constituição Federal deve ser cumprida. E eu vou combater a DITADURA que estão tentando estabelecer neste país.
Concordar com a prisão de Brasão, da forma como ocorreu, significa concordar a possibilidade de em pouco tempo um Poder estabelecer tempos sombrios e irreversíveis, decidindo arbitrariamente pela prisão de deputados, especialmente os de DIREITA.
A esquerda tenta enfraquecer o crescimento da direita no país. Impor o medo a todos é uma tática antiga para silenciar a voz do povo e dos políticos que representam a oposição a este desgoverno, que historicamente protege criminosos.
Lugar de bandido é na cadeia. Se Brazão ou outra pessoa ordenou o assassinato de Marielle, que seja julgado e condenado conforme o rigor da lei. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados julgará esse caso e, se a participação de Brazão no crime for comprovada, votarei pela cassação de seu mandato. As regras do jogo precisam ser respeitadas!
Eu não me curvarei ao sistema”.
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