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Família denuncia hospital após recém-nascido morrer em UTI com queimaduras e lesões em Cuiabá

Uma família registrou uma denúncia após um recém-nascido morrer com queimaduras e lesões pelo corpo enquanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Helena de Cuiabá. A denúncia foi feita pela mãe do bebê, Raiany Carvalho, de 26 anos, ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e Centro Regional de Especialidades (CRE), nessa terça-feira (22).

Em nota, o Hospital Santa Helena informou que os atendimentos da UTI não podem ser comentados, pois “a gestão está sob a responsabilidade da empresa terceirizada”.

“O Hospital Santa Helena preza pelo cuidado e humanização no atendimento. Ressaltamos que rescindimos o contrato com a UTI Neonatal, contrato esse que já estava vencido. O processo corre em segredo de justiça. Quanto às denúncias nas assistências dos recém-nascidos, o hospital não pode esclarecer, porque a gestão ainda continua com a Escomed Assistência Médica”.

Em nota, a empresa terceirizada disse que o paciente foi encaminhado para a UTI assim que nasceu e estava com infecção e insuficiência respiratória, no entanto, mesmo com todos os procedimentos necessários, não apresentou melhoria (veja nota na íntegra no final da matéria).

Raiany contou que o bebê nasceu no dia 2 de setembro e foi encaminhado para a UTI logo após o parto. De acordo com a mãe, o bebê ficou internado por cerca de uma semana, e era alimentado com fórmulas, já que não conseguia mamar.

Segundo a mãe, durante a internação, o filho sofreu outras complicações, incluindo queimaduras, lesões e uma série de erros médicos que levaram ao agravamento do quadro de saúde e, posteriormente, à morte da criança.

Segundo mãe, o bebê apresentou queimaduras, lesões e assaduras — Foto: Arquivo pessoal

Ela relatou que o hospital trocou as fórmulas várias vezes, mesmo após informar aos médicos que o filho era intolerante à lactose, o que resultou em uma grave diarreia, deixando o bebê com assaduras.

“Meu filho ficou uma semana com diarreia e assaduras. Eu reclamava com os médicos, mas eles só davam remédios para aliviar a dor. Depois de uma semana, o quadro dele piorou, e o entubaram para que eu não o visse chorando”, relatou.

Pelo estado grave do bebê, Raiany foi infomada que o filho precisava de uma cirurgia de emergência. Durante o procedimento, foi constatado que o intestino do recém-nascido havia necrosado, e 30 cm do intestino foram removidos. Segundo a mãe, após 14 dias da primeira cirurgia, os pontos se abriram, deixando o intestino exposto durante a noite toda, sendo feito um curativo no dia seguinte.

O bebê continuou apresentando inchaços e complicações. A mãe também relata que, os médicos lhe informaram que o filho teria uma hemorragia, mas não forneceram detalhes claros sobre o que estava ocorrendo.

Na última sexta-feira (18), o recém-nascido teve convulsões. A mãe afirmou que o filho apresentou sinais de dor intensa causada por uma infecção bacteriana que estaria consumindo o bebê por dentro. No sábado (19), o bebê morreu.

“Meu filho nunca mamou no meu peito. Ele inchava e sofria e eu não pude nem pegar o meu filho”, desabafou a mãe.

 

Íntegra da nota do Escomed Assistência Médica

Paciente prematuro, 35 semanas, filho de mãe diabética, nascido de parto cesárea, por centralização fetal. Primeiramente encaminhado para alojamento conjunto, onde evoluiu com desconforto respiratório, glicemia baixa persistente, encaminhado para observação em sala de parto, e apenas com 12h de vida é encaminhado para nosso serviço (UTI neonatal).

Na UTIN (utineonatal), o paciente chega grave, sendo realizado o diagnóstico de infecção e insuficiência respiratória, apresentou evolução clínica não satisfatória, evoluindo com doenças cirúrgicas e realizado 2 cirurgias no período na internação.

Na UTIN foi feito acompanhamento multiprofissional (pediatras, cirurgião pediátrico, enfermagem, fonoterapia, fisioterapia, nutricionista), recebendo o tratamento necessário inclusive com medicações não padronizadas pelo SUS (imunoglobulina).

Sobre as feridas, ocorre que paciente grave muito edemaciado, necessitando de monitorização, por vezes ocorre hematomas no local onde é necessário fixar dispositivos, ou puncionar, usamos recursos para que isso não ocorra, porém nem sempre é possível evitar. Sobre o sangramento em fralda, se trata do sangramento em ostomia (1 das cirurgias), que é uma complicação inerente do quadro clínico do paciente.

Vale ressaltar que somos uma UTI neonatal reconhecida pelo Ministério da Saúde, justamente pelos projetos de humanização, assim como possuímos o título de Hospital Amigo da Criança e somos acompanhados pelo projeto Qualineo.

Sentimos muito pela perda dessa família, e com certeza não medimos esforços para que todos saiam daqui com seu bebe no colo, porém nem sempre é possível.

Estamos a disposição para maiores esclarecimentos.

mtmais

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