Romero Xavier chegou a ser ouvido pela polícia no dia em que a empresária foi encontrada, mas foi descartado, preliminarmente, como autor do crime. No entanto, as investigações avançaram e apontaram que ele é suspeito de planejar o assassinado junto ao irmão.
Romero Xavier, preso suspeito de mandar matar a empresária e ex-mulher Raquel Cattani, acompanhou todo o velório da vítima e chorou durante as últimas homenagens à filha do deputado Gilberto Cattani. O irmão dele, Rodrigo Xavier, também foi preso nessa quarta-feira (24) suspeito de ser o autor do assassinato a mando de Romero.
A reportagem tenta localizar a defesa de Romero e Rodrigo.
Durante o velório, o ex-marido de Raquel demonstrou estar muito abalado e recebeu apoio de amigos e familiares da empresária.
Na sexta-feira (19), dia em que Raquel foi encontrada morta, o suspeito chegou a prestar depoimento à Polícia Civil, que, preliminarmente, descartou a participação dele no crime e o liberou para acompanhar o velório e sepultamento da ex-mulher.
Após a polêmica envolvendo o nome dele como suspeito da morte, o deputado Cattani chegou a se posicionar, afirmando que o genro não matou a filha dele.
Romero é pai de ambos os filhos de Raquel – um menino de 6 anos e uma menina de 3 anos. No dia do crime, segundo a polícia, ele buscou as crianças na casa da ex para passar alguns dias com ele.
Crime planejado
De acordo com a polícia, Romero levou o irmão no próprio carro e o deixou escondido nas proximidades do sítio PH, de propriedade de Raquel Cattani. Ao longo do dia, ele teria almoçado com o ex-sogro. Após almoçar, ainda segundo a polícia, levou os filhos do casal para Tapurah, a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado.
A investigação apontou ainda que, durante a tarde do dia 18 de julho, Romero chamou algumas pessoas com quem nem tinha muita convivência para beber e assar carne. No período da noite, foi a três boates em Tapurah. Segundo a polícia, esse comportamento evidencia a tentativa de formar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não ser considerado o principal suspeito.
A polícia informou que Romero sabia da rotina de Raquel e, de forma planejada, havia retirado os filhos da residência anteriormente. Ainda de acordo com a investigação, enquanto o ex-marido da vítima simulava o álibi, Rodrigo ficou à espreita da vítima até ela chegar ao sítio.
Ao chegar no sítio por volta de 20 horas da quinta-feira, a vítima foi atacada com uma faca e morreu ainda no local. Em seguida, segundo a polícia, Rodrigou subtraiu alguns objetos da casa, quebrou a televisão na parte de fora e levou a moto da vítima com o destino a Lucas do Rio Verde.
O executor do crime jogou a motocicleta, o celular e a faca do crime em um rio da região. A Polícia Civil solicitará ao Corpo de Bombeiros que realize buscas no local.
Ainda nesta quarta-feira, uma equipe policial coordenada pelo delegado Edmundo Félix seguiu até o assentamento Pontal do Marape para conduzir o autor intelectual do homicídio e trazê-lo até a delegacia de Nova Mutum.
Entenda o caso
Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi encontrada morta, na sexta-feira (19), na região do Pontal do Marape, em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá. Ela era empreendedora e atuava na produção de queijos artesanais em Nova Mutum.
O deputado estadual Gilberto Cattani e a esposa vivem em uma fazenda a cerca de 2 km de distância da propriedade onde a filha morava.
O local é isolado da cidade. A área urbana de Nova Mutum fica a cerca de 160 km da propriedade rural. O município mais próximo é Tapurah, a cerca de 40 km.
De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi achada sozinha dentro de um dos quartos da casa onde vivia. Inicialmente, a perícia apontou que ela morreu na noite de quinta-feira (18).