Segundo as investigações, as casas lotéricas eram usadas para mascarar a origem ilícita do lucro obtido por corrupção e tráfico internacional de drogas.
O ex-deputado estadual e médico Carlos Antônio Azambuja foi alvo da Operação Bilhete Premiado, deflagrada nesta quarta-feira (6), que investiga casas lotéricas por lavagem de dinheiro vindo do tráfico internacional de drogas e corrupção. Foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do ex-parlamentar, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá.
A reportagem entrou em contato com Carlos Antônio Azambuja, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Azambuja também foi alvo da Operação Ararath e foi filmado recebendo dinheiro no gabinete do assessor do ex-governador Silval barbosa, que em delação premiada, contou que pagava propina a deputados para aprovarem seus projetos e contas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Neste ano, o deputado fez um acordo de não persecução penal e se comprometeu a devolver R$ 163 mil em 72 parcelas aos cofres do estado.
Operação Bilhete Premiado
Polícia Federal deflagra operação contra lotéricas por lavagem de dinheiro em MT
Durante a operação foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda.
Segundo a Polícia Federal, as casas lotéricas eram usadas para mascarar a origem ilícita do lucro obtido por corrupção e tráfico internacional de drogas.
A PF identificou depósitos de milhões de reais em espécie que evidenciaram que os valores eram incompatíveis com o patrimônio declarado pelos depositantes. Na dinâmica do esquema de lavagem desses capitais, verificou que era comum que os saques fossem realizados no mesmo dia ou nos dias seguintes aos depósitos para dificultar o rastreamento pelas autoridades.
Durante o cumprimento de um mandado de busca em uma lotérica em Pontes Lacerda, a 483 km de Cuiabá, foi apreendido mais de R$ 96 mil em espécie.
De acordo com a PF, dentre os investigados pelos depósitos ilegais, há alvos de operações anteriores da PF, como da Operação Ararath, que investigou a prática de “mensalinho” de integrantes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e da Operação Hybris, deflagrada para coibir a distribuição de drogas na região de fronteira com a Bolívia, em esquema de tráfico internacional de cocaína.
A apreensão de bens e valores vai contribuir para a identificação dos envolvidos e beneficiários do esquema.
O crime de lavagem de bens, direitos e valores prevê pena de reclusão, de 3 a 10 anos e multa.