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Estratégias para combater incêndios no Pantanal são debatidas na ALMT

Na região, o incêndio está se alastrando pelo refúgio das onças-pintadas que fica localizada entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço

O incêndio que atinge o parque das onças-pintadas – Parque Estadual Encontro das Águas – no Pantanal de Mato Grosso foi discutido pela Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (24). O refúgio das onças-pintadas fica localizada entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço.

A reunião foi sugerida pelo senador licenciado do cargo, Wellington Fagundes (PL). De acordo com ele, é preciso agregar a união de órgãos públicos e das Ong’s para os incêndios não voltarem a ocorrer no Pantanal Mato-grossense, parecidos com o de 2020. Na época, de acordo com o senador, mais de quatro milhões hectares foram consumidos pelo fogo.

“Agora, já existem pelo menos 20 mil hectares que foram queimadas. Para equacioná-lo é preciso a participação de todos. É preciso reativar todas as mobilizações feitas com sucesso em 2020. O foco do debate é combater o incêndio. Experiência de 2020 foi amarga. O prejuízo foi muito grande para a nossa fauna e flora”, disse.

Wellington Fagundes propôs ainda a realização de uma audiência pública, em Brasília, entre os órgãos públicos e as Ong’s, com a Comissão de Orçamento do Senado Federal para tratar, especificamente, do Pantanal de Mato Grosso. “Entre os temas a serem discutidos está a reativação de um programa análogo ao BID Pantanal”, disse o senador.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Alexandre Borges, afirmou que em números absolutos os estados do Acre e Tocantins estão na frente em focos de queimadas. Em nível de Brasil, segundo ele, Mato Grosso está na sexta posição. “Não é um ranking que se deva festejar, mas é o que está acontecendo. O trabalho é integrado, especialmente, no Pantanal”, disse Borges.

No encontro das águas no Pantanal, até início de outubro deste ano, de acordo com Borges, “houve um fato da natureza que iniciou o incêndio através de descargas atmosféricas. O local é isolado. Não temos qualquer acesso, nem por embarcação. É uma área inóspita. Entre as barreiras úmidas, não tem como você transpor a pé, e nem chegar com veículos, o local que temos para combater só chega de barco. É uma situação complexa e difícil”, explicou Borges.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado Carlos Avallone (PSDB), afirmou que a reunião é importante para mostrar a diferença entre os incêndios que aconteceram em 2020, com o que está acontecendo em 2023, no Pantanal de Mato Grosso.

“Hoje, são incêndios pontuais, mas graves que precisam ser combatidos. Mas os trabalhos que foram feitos, há dois anos, o governo do estado investiu mais de sessenta milhões de reais. Um dos pontos preocupantes foi o do abandono das fazendas, são eles que fazem o primeiro combate aos incêndios. Por isso a volta do pantaneiro ao Pantanal. Sem a sua presença, o local fica vulnerável”, disse Avallone.

O representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Alex Morega, disse que o governo do estado já investiu de 2020 até 2023 mais de R$ 250 milhões para combater desmatamento e incêndios florestais em Mato Grosso. Segundo ele, o estado tem a maior frota de veículos para o combate.

“Hoje, o estado possui mais de 150 – própria e de locação – viaturas atuando nas operações de combates. Antes a Sema tinha apenas 15 a 20 veículos. Só o que a Sema aloca gira em torno de 80 veículos nessa temporada. Além do que já consta no orçamento do Corpo de Bombeiros para a campanha de incêndios de 2023, em torno de R$ 22 milhões, o governo disponibilizou mais 18 milhões de reais”, disse Morega.

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