O Jornal Nacional deste sábado (16) contou uma história de amor ao próximo, que mobilizou dezenas de pessoas e de esperança.
7 de março de 2024. 11h50 foi confirmada a morte encefálica da filha da Ediliane Fomes. Meg Raissa, de 3 anos, tinha hidrocefalia.
“Era uma menina muito divertida, alegre, todo mundo amava ela”, relembrou a dona de casa.
Depois da notícia e do acolhimento, veio a pergunta.
“Você vai querer doar o coraçãozinho dela, doar os orguinhos dela? Eu nem pensei, eu falei ‘sim’. Foi de repente, falei: ‘sim, eu quero'”, contou.
A avaliação dos médicos do hospital de Cuiabá levou mais de 12 horas.
“São realizados diversos exames, sorologias para avaliar se não tem nenhuma contraindicação, no caso dela um ecocardiograma para avaliar a função cardíaca, um eletrocardiograma, exames de sangue, para avaliar como esses órgãos estão para uma possível captação”, pontuou Pedro Vitor Magalhães, coordenador da UTI Infantil do HMC.
A partir daí começou uma corrida contra o tempo, enquanto os médicos mantinham os órgãos funcionando por meio de aparelhos, no mesmo dia, a Central Nacional de Regulação de Órgãos passou a procurar por um receptor compatível.
Os transplantes de coração precisam ser feitos rapidamente a partir do momento da captação. Uma dificuldade a mais nesse caso, essa foi a primeira doação de o coração de criança em em Mato Grosso.
“Os transplantes geralmente são feitos nos Estados de São Paulo, de Brasília e a logística de lá para cá é complicada. Se a gente não conseguir que esse coração chegue lá em quatro horas, o órgão é perdido”, ressaltou a enfermeira do CIDOT/HMC, Lélia Cristina Minali Pena.
Dia seguinte, 8h30. Em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, a Ana Lívia, de 3 anos, entrava na fila de transplante por um coração.
“Ela tinha uma doença que chama miocardiopatia dilatada. E o que é isso? É um coração aumentado de tamanho. Isso faz com que o coração fique grande e perca força de bombeamento”, explicou Ulisses Crotti, Coordenador do Centro do Coração da Criança do HCM.
Ana Lívia era a segunda da fila. E a identificação dela como receptora levou apenas cinco horas. A primeira criança não pode receber o órgão por incompatibilidade.
“De momento eu assustei, porque eu não tinha nem acostumado com ela na lista ainda, foi bem pouco tempo, mas agora o sentimento de gratidão, e de esperança que a minha filha agora vai ter uma vida saudável e normal”, ressaltou a mãe, Talíssa Patricia Bueno Prado.
A equipe do Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto, que é referência para transplantes de coração em crianças no Brasil, viajou 1.200 quilômetros até Mato Grosso e voltou de madrugada com o coração para São Paulo.
“A cirurgia tecnicamente ocorreu muito bem, foi um sucesso. O coração ficou muito pouco tempo parado, menos de 3h30. Então isso isso é muito importante, porque isso garantiu que esse coração tivesse uma boa contração”, contou Ulisses.
Talíssia e Edilane nunca se viram. Mas agora estarão perto uma da outra para sempre.
“Muito obrigada. Que ela receba minha gratidão como conforto. Creio que foi Deus iluminando ela e permitindo a doação desse coração abençoado para minha filha, que ela siga feliz porque hoje o coração da filha dela bate no peitinho da minha”, disse Talíssa.
“Vem aquela dor e vem a alegria ao mesmo tempo. Eu sei que ela está dando vida para outra criança, para mãe, para família, é isso que eu penso, aí está me confortando. Se a família tiver passando o que eu já passei, doe! Faça! Ajude outra família”, diz Edilaine.
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