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Engenheiros são denunciados pelo MPF por suspeita de desvio de mais de R$ 10 milhões do programa ‘Minha Casa Minha Vida’ em MT

A Justiça recebeu uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), nessa quarta-feira (27), contra três engenheiros suspeitos de desviar mais de R$ 10,3 milhões da Caixa Econômica Federal, que seriam destinados à construção de conjuntos habitacionais do programa ‘Minha Casa Minha Vida’, em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá.

Conforme a denúncia, uma das sócias da Engecenter Construtora fechou um contrato com a Caixa para a construção de dois residenciais. Durante a fase de execução das obras, outro engenheiro da empresa assinou planilhas com valores superfaturados e a sócia as enviou para a Caixa, com objetivo de obter vantagem financeira para a construtora.

Um engenheiro da empresa Panamco Engenharia ajudou os dois suspeitos, agindo como encarregado pelo acompanhamento da execução das obras, emitindo relatórios em nome da Caixa e manipulando pagamento de valores indevidos à empresa.

A reportagem tenta contato com as empresas Panamco Engenharia e Engecenter Construtora.

De acordo com o MPF, o valor foi desviado das obras do Residencial Carvalho I e Residencial Carvalho II, entre os anos de 2013 e 2014. As investigações apontaram que as obras estavam totalmente paralisadas desde abril de 2015.

O documento apontou que, ao todo, 950 moradias deveriam ser construídas, formando 33 quadras de conjuntos residenciais. No entanto, 10 quadras ficaram incompletas e seis nem sequer haviam sido construídas, totalizando apenas 258 moradias.

Ainda segundo a denúncia, as planilhas emitidas pela Engecenter foram assinadas pelo responsável técnico da obra, enquanto o responsável técnico da Panamco, credenciado à Caixa, emitiu relatórios que atestaram serviços não executados. Já a administradora da Engecenter encaminhou medições superfaturadas à Panamco para o desvio de recursos públicos.

O autor da denúncia, o procurador da república Victor Nunes Carvalho, afirmou que os documentos encaminhados pelos engenheiros eram “expressivamente alterados para viabilizar pagamentos indevidos, tendo vários pontos de inconsistência e serviços que foram pagos sem a correspondente execução”.

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